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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Favelas preparam IPO de banco e transportadora

G10, grupo que atua em 181 comunidades no país, se reúne com investidores na Bolsa; empresas de logística do bloco avançam para abertura de capital

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Brasília

Gilson Rodrigues é presidente do G10 Favelas, bloco de líderes e empreendedores que atua em mais de 180 comunidades no país. Nesta terça-feira (6), ele e seu grupo estarão na B3 em uma cerimônia simbólica: o toque do sino, que marca a abertura de capital de uma empresa, representará o encontro dos empresários das comunidades com o mercado financeiro.

"Pode apostar, em dois anos e meio, duas de nossas empresas abrirão o capital na B3", disse Rodrigues ao Painel S.A.

No ritmo em que as duas empresas avançam, não é de se duvidar.

Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favela, em Paraisópolis, zona sul de São Paulo
Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favela, em Paraisópolis, zona sul de São Paulo - Danilo Verpa - 15.jul.2022/Folhapres

Na pandemia, o G-10 lançou umas delas —a Favela Brasil Express. A empresa de logística faz entregas para moradores de dez comunidades no país porque, pelos sites de ecommerce, eles não conseguem receber as mercadorias em suas casas —o endereço não é válido.

Na hora da compra pelas redes tradicionais, os moradores das comunidades colocam o endereço da central da Favela Brasil Express, que faz o produto chegar até o comprador.

"O faturamento no ano passado foi de R$ 7 milhões e, neste ano, devemos dobrar", disse Rodrigues.
No ano passado, a empresa fez um "IPO na favela" —recebeu recursos dos moradores que, em troca, foram remunerados em 3,86% ao ano, mais que a poupança, por exemplo.

O grupo também tem um banco, o G10 Bank. Começou oferecendo empréstimos e, a partir de 15 de dezembro, passará a ser um banco digital, abrindo contas correntes em todo o país.

Na B3, o grupo vai se encontrar com investidores para mostrar que as favelas são um pólo de negócio como qualquer outro e dão resultado.

Em julho, a comitiva foi aos EUA e tocou o sino da Bolsa de Nova York (EUA).

Durante o evento, a Bolsa brasileira fará uma doação de R$ 1 milhão em cestas básicas para a campanha Natal Sem Fome.

A ideia do projeto é "transformar a exclusão em startups e empreendimentos de impacto social de sucesso". O objetivo não é arrecadar doações ou patrocínio, mas investimentos que gerem tanto retorno ao investidor quanto o desenvolvimento econômico das comunidades.

O grupo atua em 181 comunidades em 9 estados (SP, RJ, MG, MA, DF, ES, PE, PA, AM). Entre elas estão:
Paraisópolis, Heliópolis, Jardim Ângela e Guaianases (SP); Rocinha, Morro do Alemão, Maré e Vigário Geral (RJ); Aglomerado da Serra (MG); Sol Nascente (DF).

Julio Wiziack (interino) com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix

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