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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu indústria

Recriação do MDIC com Alckmin é bem recebida pela indústria

Reservadamente, executivos questionam se escolha do vice ocorreu por falta de opção

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São Paulo

Os anúncios feitos por Lula para a indústria nesta quinta (22) foram recebidos com declarações otimistas.

A recriação de uma pasta dedicada ao setor –o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio– era demanda de entidades industriais, e a indicação do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) foi apontada como sinal de importância da agenda da reindustrialização.

Reservadamente, porém, há no setor a avaliação de que colocá-lo na pasta foi falta de opção após a negativa de grandes empresários.

A Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) disse que a recriação do ministério "atende aos interesses maiores do país, considerando ser prioritária uma política industrial de longo prazo." Rafael Cervone, presidente em exercício da federação, afirmou que a indicação de Alckmin "evidencia a importância que [o novo governo] está conferindo à reindustrialização."

O presidente eleito Lula (PT) com Geraldo Alckmin (PSB) e Aloizio Mercadante em encontro com empresários na Fiesp, em agosto - Marlene Bergamo-09.ago.22/Folhapress

Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), a indústria estará em boas mãos com a indicação do vice-presidente eleito. O presidente da entidade nacional, Robson Braga de Andrade, afirmou que o vice-presidente conhece as prioridades da agenda de desenvolvimento do país e da indústria e sabe o que precisa ser feito para reverter a desindustrialização.

A Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) elogiou a escolha de Alckmin. Em nota, afirmou que o vice-presidente eleito tem perfil conciliador, capacidade de diálogo, experiência e trajetória política.

"O novo ministro reúne as qualidades necessárias aos desafios colocados para o desenvolvimento de uma política industrial sólida e consistente."

O presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), José Carlos Martins, diz acreditar que a experiência de Alckmin com gestão pública poderá resultar em um bom mandato à frente da pasta da indústria. O nome do ex-governador de São Paulo é uma excelente escolha, disse.

Para José Ricardo Roriz, presidente da Abiplast (indústria dos plásticos), o vice-presidente tem experiência e capacidade de articulação. "Esperamos que ele mantenha os avanços que foram feitos para a maior competitividade do setor produtivo e que acelere os passos para reindustrializar o Brasil", afirma.

Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma (que reúne a indústria farmacêutica), também vê o nome da Alckmin com otimismo. "Não há país desenvolvido no mundo sem uma indústria forte. A recriação do MDIC, agora sob o comando do vice-presidente Alckmin, nos dá a certeza de que iremos desenvolver a indústria no Brasil, de forma sustentável e gerando riquezas", diz Mussolini.

Como o Painel S.A. mostrou, executivos do setor industrial consideravam que Lula precisaria recorrer a um nome simbólico para a pasta.

Na avaliação desses empresários, ao anunciar antes o comando do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social), que será presidido por Aloizio Mercadante, o presidente eleito teria invertido a ordem de importância dos cargos, reduzindo o prestígio da pasta.

Josué Gomes, da Coteminas, e que também comanda a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), e Pedro Wongtschowski, do grupo Ultra, foram convidados por Lula, mas recusaram.

Joana Cunha com Fernanda Brigatti

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