A discussão sobre mudanças na regulamentação das atividades dos trabalhadores por aplicativos no governo Lula deve passar pela questão dos OL (operadores logísticos), que são as empresas fornecedoras de mão de obra para os serviços de delivery.
O assunto esquentou no setor na semana passada, após a notícia da falência de uma dessas OLs, uma empresa terceirizada que intermediava motociclistas para o iFood.
O fim do modelo costuma aparecer entre as pautas das reivindicações de motociclistas que dizem preferir ganhar por quilômetro rodado em vez de salário fixo.
Empresários do setor de restaurantes também reclamam, dizendo ter receio de que novas falências comprometam as entregas de comida porque os estabelecimentos não sabem com clareza qual parcela do mercado depende desse tipo de terceirização.
Uma parte dos entregadores é conectada ao aplicativo via terceirizada enquanto outra parcela atua por conta própria com cadastro avulso no app.
O iFood afirma que 25% dos mais de 200 mil entregadores com perfil ativo no Brasil atuam por uma OL.
A Rappi diz que não atua com OL e que todos os entregadores de seu app estão conectados diretamente, sem intermediários. Concorrente do iFood, a Rappi critica o modelo.
Segundo a Abrasel (associação que representa os bares e restaurantes), a falência da terceirizada do iFood preocupou setor, porque mais de 80% dos pedidos dos estabelecimentos são feitos no aplicativo da companhia.
A OL que declarou falência na semana passada deixando motociclistas sem pagamento foi a SIS Express. A empresa é responsável por 1% da operação do iFood no país, segundo o app. Para evitar problemas nas entregas, o iFood diz que assumiu o pagamento dos salários atrasados e retirou os motociclistas da condição de OL para entregador avulso, o chamado "nuvem".
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
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