O Uber Moto, serviço de mototáxi anunciado pela Uber nesta quinta-feira (5) para as capitais paulista e fluminense, já virou alvo de alertas de motoboys, que apontam problemas nas condições de segurança oferecidas aos trabalhadores.
Segundo o presidente do SindimotoSP (sindicato dos motociclistas de São Paulo), Gilberto Almeida dos Santos, a empresa quer "colocar no bolso do trabalhador todo o custo da profissão". Ele diz que os próprios motociclistas terão que equipar seus veículos com itens obrigatórios de segurança, além de oferecer capacetes e touca descartável aos passageiros.
"É necessária uma regulamentação para que o profissional tenha seus direitos trabalhistas preservados e as empresas sejam responsabilizadas socialmente pelos trabalhadores que se cadastram em sua plataforma", diz o sindicato em comunicado.
Procurada pelo Painel S.A., a Uber afirma que "uma série de recursos de segurança são oferecidos pela plataforma da Uber em todas as viagens, como seguro para acidentes pessoais tanto para usuários quanto para parceiros".
Afirmou também que "possui vídeos educativos desenvolvidos em parceria com especialistas em segurança viária, além de um podcast para os usuários e motociclistas que usam o Uber Moto".
A Prefeitura de São Paulo diz que já providencia a notificação da Uber e que, a pedido do prefeito Ricardo Nunes (MDB), o CMUV (Comitê Municipal de Uso do Viário) deve entrar em contato com a empresa para a suspensão imediata da atividade.
Na capital paulista, o Uber Moto apoia-se em uma liminar da Justiça estadual para funcionar, mas o serviço não é regulamentado. A prefeitura diz que não foi informada pela empresa sobre a oferta de mototáxis.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
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