Painel S.A.

Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Painel S.A.
Descrição de chapéu indústria

Alerta de falta de asfalto pode favorecer estrada de concreto

Governo tem estudos para analisar viabilidade da adoção do material e indústria diz ter condição de atender demanda

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O alerta levantado no Ministério dos Transportes na semana passada, de que pode faltar asfalto, deve favorecer o estímulo à adoção do concreto em pavimentação de rodovias, um modelo que tem baixa penetração no Brasil.

O governo federal tem estudos para analisar a viabilidade da adoção, e o setor afirma que tem condição de suprir a necessidade.

"A indústria de cimento tem total capacidade para atender às demandas do produto. Além de vantagens ligadas à sustentabilidade ambiental, o pavimento de concreto tem custo e durabilidade significativamente melhores do que o asfalto", afirma Paulo Camillo Penna, presidente da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland, que reúne nomes como Votorantim, LafargeHolcim, Intercement e outras).

Em reunião com o ministro Renan Filho, na semana passada, para tratar dos esforços para a manutenção dos principais corredores de escoamento da safra, foi levada a preocupação com o mercado de distribuição do asfalto depois do anúncio de um investimento de R$ 1,7 bilhão feito pelo governo Lula para obras rodoviárias no plano dos primeiros cem dias da gestão.

Penna afirma que o setor tem diálogo com o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e DERs (departamentos de estradas) de diversos estados. Diz também que pretende levar o assunto para ser discutido com o Ministério da Indústria. Segundo ele, os estudos apontam vantagens na redução de ilhas de calor, no reflexo de iluminação, na segurança da frenagem e no desgaste de pneus.

"O pavimento rígido [concreto] vem sendo adotado de maneira crescente, não só em rodovias mas também em vias urbanas em todo o país. Cabe destacar os programas de pavimentação dos estados do Paraná, de Santa Catarina e Distrito Federal, entre outros", diz Penna.

Imagem mostra rodovia de concreto. Há uma moto passando em alta velocidade, e operários de obra estão no acostamento da pista.
Operários trabalham na retirada de um bloco de concreto danificado em pista na BR-101, em Pernambuco - Danilo Verpa - 1.abr.11/Folhapress

No mercado de asfalto, as empresas também manifestam intenção de se preparar para suprir o fornecimento com ajuda de importação, mas ressalvam que é preciso ter uma projeção mais detalhada do volume necessário. A Abimpa (associação de importadores do insumo) afirma que a Guerra da Ucrânia encareceu o frete, inviabilizando o fluxo de importação da Rússia, mas há esforços para abrir outros canais.

A pasta afirma que também trabalha junto ao Itamaraty para tentar reativar parcerias com fornecedores, como a Venezuela e outros países produtores de petróleo para expandir a oferta no mercado nacional.

A preocupação com o asfalto deve entrar na pauta de uma reunião entre o ministro Renan Filho e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, nos próximos dias.

Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.