Painel S.A.

Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Painel S.A.
Descrição de chapéu Banco Central juros Selic

Empresários receiam perda de foco na economia com perspectiva de volta de Bolsonaro

Representantes do setor privado pedem prioridade em pautas como reforma tributária e juros

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A perspectiva de retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Brasil nesta semana levanta entre os empresários um receio de que o governo Lula vire o foco para o bate-boca político e perca concentração nos temas prioritários da agenda econômica.

A avaliação é que o comportamento de Lula no embate com o senador Sergio Moro na semana passada foi uma amostra de que o governo ainda pode estar muito preocupado com a pauta da polarização.

"A preocupação é que nós não conhecemos ainda o plano e a estratégia do governo. Por mais que tenha coisas colocadas na mesa, não podemos perder o foco na reforma tributária, no arcabouço fiscal e na
redução do custo de capital no Brasil", afirma José Ricardo Roriz, presidente da Abiplast (que reúne a indústria dos plásticos).

O presidente Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro
O presidente Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro - Marlene Bergamo - 26.out.22/Folhapress

Para o economista Roberto Teixeira da Costa, ex-presidente da CVM e fundador do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), é importante que Bolsonaro retorne e que responda por atos cometidos em seu governo, mas Lula deveria deixar esses assuntos para serem tratados na Justiça. O ex-presidente enfrenta casos que vão desde multas por fazer motociata sem máscara na pandemia até apuração dos atos antidemocráticos.

"Eu não vejo o presidente americano Joe Biden falar do ex-presidente Donald Trump", diz Teixeira da Costa.

Segundo o economista, o Brasil tem um cardápio de coisas a serem feitas. "Há grandes frentes abertas que estavam na base do discurso presidencial, como a questão da desigualdade. Isso é um tema que nós não podemos deixar arrefecer. O Brasil não pode prosperar sem resolvermos isso. Um país não cresce sem criar novos mercados distribuindo melhor a renda. Tem também a questão climática e a questão dos yanomami", diz Teixeira da Costa.

Marco Polo de Mello Lopes, que coordena a Coalizão Brasil, que reúne os representantes de 14 setores industriais, afirma que o foco deve continuar na reforma tributária e no debate sobre o patamar dos juros.

"Ninguém tem dúvida em relação ao patamar elevadíssimo dos juros, mas também há uma percepção de que precisa ter esse movimento por parte do governo, e ele está trabalhando nisso mas precisa formalizar, sobre o que é o arcabouço fiscal. Não vai baixar juro por causa de pressão em cima de Banco Central", diz Lopes.

Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.