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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Plano de recuperação da Americanas não vai surpreender credores, diz CEO da empresa

Presidente da varejista afirma que plano ainda pode mudar em discussão com credores

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São Paulo

"O grande dia vai ser quando estivermos na assembleia geral de credores. Hoje é um passo importante para chegar lá", disse o novo presidente da Americanas, Leonardo Coelho, ao apresentar o plano de recuperação judicial da companhia na noite desta segunda-feira (20).

O plano não traz nada que possa surpreender os credores, segundo ele. E essa é a notícia boa, nas palavras do executivo. "Tudo o que está aqui, com os principais credores, sejam fornecedores, sejam financeiros, não é novidade para eles", afirma.

A proposta parte de um aporte de R$ 10 bilhões em novos recursos, além de uma conversão equivalente de dívida em capital em até R$ 10 bilhões. Tem também uma parcela de venda de ativos que pode chegar a R$ 3 bilhões, segundo Coelho, com o Hortifruti Natural da Terra, Uni.co, que abrange Puket e Imaginarium, e um jatinho corporativo que também está à venda. O que sobra da dívida vira uma recompra ou uma repactuação.

Entrada da Americanas no shopping Nova América, no Rio de Janeiro
Entrada da Americanas no shopping Nova América, no Rio de Janeiro - Mauro Pimentel - 29.jan.23/AFP

Coelho prevê que o plano ainda venha a mudar em função das discussões com os credores, mas avalia que os componentes estruturais já foram debatidos. Ele reconhece haver pontos que irão desagradar, mas diz acreditar que não se trata da espinha dorsal do plano. "O que eles não vão gostar é aquilo que já não é novidade para ninguém. Eles estão querendo discutir valores de aporte diferente", afirma.

Na opinião do executivo, o plano da Americanas é bem melhor do que os planos de recuperação judicial vistos no varejo brasileiro nos últimos anos.

"Tem algumas razões para isso. Primeiro, dinheiro, teve um DIP na partida que permite ter um pouco mais de flexibilidade. Segundo, teve muito input de credor, tanto financeiro quanto fornecedor. E a criação de uma classe de fornecedor-colaborador, que permite a manutenção da operação no tamanho que a gente tem. A conversão em dívida dá uma capacidade dos credores de recuperarem mais do seu crédito do que nas outras recuperações judiciais", diz Coelho.

Ele afirma ver alinhamento com os principais credores e ressalva que ainda há muita discussão, especialmente de valores, regras de conversão, de repactuação de dívida, de descontos para pagamento de dívidas à vista. "Isso ainda tem muita conversa mas parece que a espinha dorsal já está bem azeitada nas conversas dos últimos 45 dias", afirma.

A assembleia de credores deve ser realizada até o fim de junho. Coelho ressalva que grande parte das recuperações judiciais não tem fechado no primeiro encontro das assembleias e prevê que isso possa acontecer no caso da Americanas. "É provável que isso aconteça. É uma dívida complexa, com vários players diferentes e, portanto, como resultado disso, você não consegue fazer um plano que não seja financeiramente sofisticado. E o plano que foi criado aqui, a várias mãos, com inputs dos credores também, endereça essa complexidade", diz.

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