Painel S.A.

Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Painel S.A.
Descrição de chapéu desmatamento União Europeia

Desmatamento norteará nova rodada de recursos para Fundo Amazônia

Embaixador da Noruega diz que, apesar do otimismo, dados do desmate definirão aportes

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

O embaixador da Noruega no Brasil, Odd Magne Ruud, disse, em entrevista ao Painel S.A., que vê com otimismo a retomada da agenda ambiental e que, no Fundo Amazônia, novos recursos são condicionados à redução do desmatamento. Noruega e Alemanha são os maiores doadores.

"Até o momento, o que vimos foi positivo", disse o embaixador em referência aos dados mais recentes.
Em abril, o desmatamento da floresta amazônica caiu 68% em relação ao ano anterior, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Áreas de pastagem devastada na floresta Amazônica, na região da bacia do rio Tapajós, estado do Pará. (Foto: )
Áreas de pastagem devastada na floresta Amazônica, na região da bacia do rio Tapajós, estado do Pará - Pedro Ladeira - 17.fev.2022/Folhapress

No governo Jair Bolsonaro, o fundo ficou suspenso após violação de contrato pelo governo à época. Ao longo de seus quatro anos de mandato, o desmatamento avançou 60%.

Sob Lula, as políticas de proteção ambiental e de redução do desmatamento foram retomadas.

"Ficamos muito felizes com a reativação do fundo, que hoje conta com cerca de R$ 4 bilhões", disse Ruud. "Não é uma quantia pequena, mas estamos esperando os novos números do desmatamento [que balizam novos investimentos]."

O embaixador e o ministro de Clima e Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide, visitaram o Ibama, junto com a ministra do meio Ambiente, Marina Silva, em março. Ele se disse satisfeito em perceber como o assunto voltou à agenda do governo brasileiro.

"As imagens do satélite sempre mostram de ano a ano. Existem mês a mês [feitas pelo Deter], mas teremos uma radiografia completa agora em agosto e saberemos como foi [o desmatamento em relação ao ano passado]."

O diplomata disse que EUA, Reino Unido e a União Europeia já anunciaram mais recursos ao fundo no governo Lula e que, a partir de agora, é preciso aguardar os trâmites da apresentação de projetos para que os recursos sejam utilizados.

"O fundo não é da Noruega, como muitos pensam. Somos o maior doador e somente observadores. Quem cuida das diretrizes é o Cofa, comitê brasileiro formado por dez do governo federal, incluindo o BNDES, nove governos estaduais, e seis representantes da sociedade civil."

A definição de novos aportes depende da redução de emissão de gases estufa decorrentes da desaceleração do desmatamento.

Em média, esse cálculo é feito a cada quatro anos. Mas nada impede que haja doações ao fundo antes disso caso os dados oficiais comprovem a redução do desmatamento.

Ruud disse que, no Brasil, defende uma pauta de negócios de transição energética e de descarbonização da economia por meio de empresas norueguesas.

Ele considera que o Brasil é um dos principais mercados para o que chama de "exportações verdes" e pretende estimular esse mercado para que, até 2030, as exportações de seu país cresçam em 50% alinhadas com essa política.

Com Diego Felix

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.