São Paulo fechou o primeiro semestre na liderança entre as cidades da América Latina com o maior saldo entre as devoluções e contratações de galpões industriais e logísticos de alto padrão, a chamada absorção líquida.
O total de espaço ocupado foi de 637 mil m², quase o dobro do registrado em São José (Costa Rica), com 346 mil m², e Bogotá (Colômbia), com 246 mil m².
De acordo com a consultoria imobiliária Newmark, a perda de dinamismo da economia em alguns países afetou o desempenho imobiliário neste segmento, o que levou a uma queda na absorção líquida acumulada em nove cidades.
Nos casos em que a economia não desacelerou, houve falta de nova oferta para atender a demanda existente.
Apesar dos indicadores, não houve retração no volume de espaços ocupados em nenhuma região, com exceção de Guadalajara (México), que fechou o semestre com absorção líquida negativa de 78 mil m².
Em relação ao estoque total, São Paulo perde apenas para a Cidade do México. Na capital paulista são 13,03 milhões de m², ante 13,90 milhões de m² da cidade mexicana.
Por outro lado, a maior capital brasileira é a líder isolada em construção de galpões, com 1,39 milhão de m². O Rio de Janeiro, por outro lado, é a cidade com o menor registro de novos espaços a serem disponibilizados nos próximos meses —cerca de 20 mil m².
De acordo com a Newmark, o metro quadrado mais caro para locação entre as cidades está em São José, com US$ 8,09 por m², seguido por Tijuana (US$ 7,98) e Buenos Aires (US$ 7,60).
Rio de Janeiro e São Paulo são os mais baratos, valendo US$ 4,35 e US$ 4,97, respectivamente.
Queda de demanda no 2° trimestre
Para a consultoria Cushman & Wakefield, os dados de locação do segundo trimestre mostram que apesar do bom aproveitamento de galpões classe A, a demanda no Cone Sul caiu 23% desde o ano passado. Em Lima (Peru), a vacância dos espaços aumentou 6,38% em relação ao segundo trimestre de 2022.
Segundo a empresa de análise imobiliária, a queda no nível de ocupação ocorreu devido à construção de novos armazéns "com base na especulação" nas regiões de Lurin, Vila el Salvador e Huachipa. Em Santiago (Chile), a absorção líquida diminuiu 58% na comparação ano a ano.
No Brasil, a taxa de vacância no segundo trimestre ficou em 9,4%, um ponto percentual maior do que no mesmo período de 2022, de acordo com a JLL. Na capital paulista, o percentual de metros quadrados vagos em relação ao estoque ficou em 10,7%.
Com Diego Felix
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