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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu aeroportos

Herdeiro da TAM quer programa do governo para operar aviação regional

Filho do comandante Rolim e dono de uma empresa de jatinhos, Marcos Amaro diz que pretende migrar a aviação regional; mas, para isso, conta com subsídios

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Brasília

Marcos Amaro sempre gostou de aviões. Filho do comandante Rolim, fundador da TAM (hoje Latam), ele viu a companhia do pai deixar de ser uma regional e se tornar uma gigante nacional. Artista plástico, colecionador, galerista e empreendedor, ele, em certa medida, retoma agora os passos do pai: quer fazer de sua Amaro Aviation, voltada à aviação executiva, uma aérea regional. Para isso, mira o governo.

O empresário Marcos Amaro em uma abertura de exposições em sua galeria, a Kogan Amaro - 09.ago.2019-Mathilde Missioneiro/Folhapress

Ser herdeiro ajudou a ter sucesso?
Sou filho mais novo e tenho uma história de empreendedorismo, desde que meu pai faleceu. Teria sido mais fácil se eu trabalhasse na empresa dele, como fazem outros herdeiros, mas tive de me fazer por conta própria.

Você opera na aviação executiva e Congonhas quer impor restrições. Isso atrapalha?
Essa é uma preocupação. O aeroporto foi privatizado e o que a gente vê com o novo concessionário é uma participação cada vez menor da aviação executiva. Congonhas também é o aeroporto da aviação executiva. Não existe alternativa. Hoje, o Campo de Marte [em São Paulo] ainda não entrega voo por instrumento. O Catarina, apesar de ser um aeroporto excepcional, não fica em São Paulo.

Pensa em migrar para a aviação regional?
Sim. Infelizmente, hoje, as empresas aéreas estão equilibradas, mas a aviação regional não é uma pauta para elas. A não ser pelo benefício econômico que elas têm do ICMS [que barateia o combustível].

A Azul se anuncia como regional.
Mas, em algum momento, ela tem que se definir, se é uma empresa nacional ou regional. O que não pode acontecer é que uma empresa fique híbrida e aproveite todos os benefícios.

Por que não?
Para existir, a aviação regional precisa de uma política pública, subsídio. O governo precisa comprar assentos de voos para a região Norte, por exemplo, ou adotar um modelo de suplementação tarifária, usando o Fundo Nacional de Aviação. Outra forma seria um modelo híbrido, como na Índia, combinando incentivos do município, estado e da federação. Isso poderia ser uma outra forma de cruzar incentivos. Estou indo a Brasília para tentar convencer o governo a ter um plano nacional.

Hoje não dá para tocar um negócio regional, então?
A aviação regional não é rentável. O país tem 5.500 municípios, mais de 1.000 aeroportos, mas só 200 municípios atendidos pela aviação comercial.

RAIO-X

Formação: graduação incompleta em Administração pela FAAP
Carreira: Sócio e conselheiro da TAM Aviação Executiva (2002-2004); Representante da TAG Heuer (2004-2008); Proprietário da Óticas Carol (2008-2013); Acionista da Logbras (desde 2014); CEO da Amaro Aviation (desde 2022)

Com Paulo Ricardo Martins

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