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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu Congresso Nacional

Toyota critica benefícios fiscais de concorrentes, mas também recebe incentivos

Grupo japonês integra grupo que defende fim de incentivos automotivos no Norte, Nordeste e Centro-Oeste

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São Paulo

A Toyota defende o fim dos incentivos fiscais a montadoras no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, mas também é beneficiária de isenções de ICMS em São Paulo, onde tem sua fábrica.

Para os próximos anos, o grupo japonês usufruirá de cerca de R$ 1 bilhão em créditos de ICMS, dinheiro que deixará de entrar no caixa do governo estadual.

Pessoas colam adesivo de produção em linha de montagem de carros
Linha de produção da Toyota em Sorocaba (SP) - Yasuyoshi Chiba - 09.ago.2012/AFP

Além disso, recebe incentivos federais como a redução de IPI e do imposto de importação de componentes para montagem de modelos híbridos.

Os dados mais recentes do governo federal mostram que a Toyota contabilizou mais de R$ 780 milhões em incentivos fiscais federais, em 2021.

As críticas públicas da Toyota a suas concorrentes de outras regiões foram uma resposta à Stellantis, que mantém fábrica em Goiana (PE) e seria a campeã em benefícios e isenções tributários batizados pelo setor de "bolsa Fiat" [a Fiat é a principal marca da montadora] por reduzir em até 20% de seus custos de produção.

Essa discussão veio a público com a divisão entre um bloco de montadoras instaladas no Sul e Sudeste (como GM, Volkswagen e a Toyota) e a ala do Centro-Oeste, Norte e Nordeste (Stellantis, Caoa e HPE) em torno das vantagens tributárias hoje em xeque na Reforma Tributária.

Novo regime

Stellantis, Caoa e HPE pressionam o Congresso a manter os benefícios fiscais no Nordeste e Centro-Oeste até 2032.

A prorrogação chegou a ser barrada na Câmara por apenas um voto e, se fosse mantida fora da Reforma, o benefício terminaria já em 2025.

O tema, no entanto, foi revisto pelo Senado. As montadoras instaladas no Sul e Sudeste aceitaram a extensão dos benefícios até 2032, desde que fosse contemplada apenas a produção de carros elétricos.

Às vésperas da votação no Senado, a inclusão de um artigo adicionou a produção de carros flex convencionais, o que é visto agora como uma situação de desequilíbrio em relação às montadoras fora do eixo Norte.

Ainda não se sabe se o texto será revisto.

Em carta pública no dia 8 de novembro, GM, Toyota e Volkswagen afirmaram que a expansão do benefício é um retrocesso tecnológico e ambiental, "além de uma renúncia fiscal prejudicial ao desenvolvimento do país".

Outro lado

Consultada, a Toyota confirmou os incentivos de ICMS em São Paulo. Sobre as isenções federais, a empresa informou que, para sua produção local, usufrui do regime que isenta importações de insumos ou peças sem similares no país —regime disponível a qualquer competidor do mercado, diferentemente do regime automotivo do Nordeste.

Com Diego Felix

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