Causou desconforto no Planalto o anúncio feito pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, de que a estatal pretende revitalizar um escritório em Natal (RN) para servir de base para a indústria de eólica offshore e de prospecção da Margem Equatorial, no rio Amazonas.
As intenções de Prates foram publicadas em suas redes sociais nesta segunda (22). "Fizemos uma vistoria técnica ao Bloco K do Edifício Sede Rio Grande do Norte da Petrobras, em Natal. O prédio vai ser uma das unidades de apoio da nossa diretoria de Transição Energética e Sustentabilidade e a sede do polo eólico offshore que vamos entregar logo mais", escreveu.
Assessores técnicos do presidente Lula afirmam que Prates descumpre acordo feito com o próprio presidente [em relação às usinas offshore e à prospecção no rio Amazonas] e age em desacordo com o planejamento estratégico da Petrobras.
No plano, afirmam, só existe previsão de estudos para projetos que considerem instalação de estruturas eólicas em plataformas offshore. Não há nenhum empreendimento concreto que justifique um escritório em Natal destinado a essa atividade.
Em ano eleitoral, a publicação foi recebida pelos assessores políticos do Planalto como movimento político com intuito de influenciar nas eleições municipais. Embora tenha nascido no Rio de Janeiro, Prates construiu sua trajetória política no Rio Grande do Norte.
O presidente da Petrobras defende que os investimentos em eólicas offshore podem render R$ 300 bilhões em três décadas.
O Rio Grande do Norte é um dos estados com o melhor índice de ventos no Nordeste, região que concentrará a maior parte desses projetos.
A Petrobras informa que possui escritório no Rio Grande do Norte há mais de 40 anos. No edifício-sede no estado atuam mais de mil trabalhadores, ligados ao segmento de exploração de petróleo e a outras áreas.
"No ano passado, a Petrobras já havia divulgado que o edifício vai abrigar as atividades da companhia voltadas para projetos de energia eólica", disse a empresa em nota.
"A forte presença dessa atividade no estado é notória, onde já funcionam diversos projetos e centros de estudos voltados para energia eólica. A iniciativa está totalmente alinhada ao Plano Estratégico da companhia, que prevê investimentos em energias renováveis, incluindo eólica onshore e offshore."
Com Diego Felix
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