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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Alta cúpula das empresas ganhou, em média, R$ 3,7 milhões, diz IBGC

Levantamento mostra que boom na remuneração se deve a mais funções desempenhadas na pandemia

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São Paulo

Levantamento do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) mostra que a pandemia turbinou os salários de conselheiros e diretores de empresas listadas na B3 e que os valores pagos aos presidentes dos conselhos de administração ficaram quatro vezes acima da média dos demais conselheiros.

Um escritório cheio de cadeiras está vazio
Os conselheiros assumem posições de risco e são apontados como responsáveis pelo sucesso das empresas - Eduardo Knapp - 24.abr.20/Folhapress

O documento, que será divulgado nesta terça (27), revela que os maiores salários foram pagos para diretores estatutários. A média de remuneração nesse grupo foi de R$ 3,7 milhões em 2022 —alta de 29% em relação a 2020, último período disponível. Parte desse resultado se deve à remuneração variável (bônus e ações da empresa).

Em seguida, estão os conselheiros de administração. A média, em 2022, foi de R$ 713,4 mil por ano —alta de 28%.

Na lanterna, ficaram os conselheiros fiscais, com uma média anual de R$ 129,6 mil ao ano —pouco mais de 6% de aumento.

Para Luiz Martha, gerente de pesquisa e conteúdo do IBGC, esse cenário se explica pelo desempenho das empresas, que estavam afogadas durante a pandemia e voltaram a ter bons resultados.

Além disso, em muitos casos, o conselho passou a ter papel mais ativo, ganhando mais relevância na tomada de decisão das companhias.

"No pós pandemia, o conselho passou a se envolver muito mais na orientação da companhia e na interação dos executivos do que acostumava acontecer antes. Foi uma aproximação dos gestores, mais do que só para monitorar, mas também orientar e trabalhar junto", disse Martha.

No comando

Outro ponto do balanço do IBGC é a diferença de remuneração dos presidentes de conselhos em relação aos demais conselheiros. Em média, eles ganharam quatro vezes mais.

"É preciso discutir sobre essa disparidade. Cabe a cada investidor e acionista entender se na sua companhia aquele valor faz sentido ou não, se o presidente tem características e habilidades que o fazem tão diferente, se é necessário pagar uma diferença tão grande em relação aos demais, ou se aquilo é um desvio de finalidade e recursos da companhia para alguém específico."

As informações compiladas pelo IBGC foram extraídas dos dados de remuneração dos administradores referente ao exercício de 2022. São dados reportados nos formulários de referência e demais formulários básicos de empresas listadas.

Com Diego Felix

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