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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu aeroportos

Combustível de aviação custa 22% mais no Brasil que nos EUA

No centro da discussão sobre preço de passagem aérea, insumo coloca Azul em guerra com Petrobras

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Brasília

A diferença entre os preços do querosene de aviação (QAV) praticados no Brasil e nos EUA disparou no fim do ano passado, gerando turbulência entre companhias aéreas e a Petrobras na discussão no governo para baixar o preço das passagens.

Dados divulgados pela Petrobras mostram que o preço médio do metro cúbico (1.000 litros) do QAV vendido por ela até no início deste ano era de US$ 616,31 –22,45% maior que a média no mercado dos EUA, de acordo com dados da agência oficial US Energy Information Administration.

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Aviões na pista principal do Aeroporto de Congonhas (SP) - 15.jun.2022-Eduardo Knapp/Folhapress

As variações fogem do padrão verificado nos últimos meses de 2023 e também do período pré pandemia, quando não havia choques decorrentes, por exemplo, de guerras, como o conflito no Oriente Médio e o confronto entre Rússia e Ucrânia.

Naquele momento, nos meses de novembro e dezembro de 2019, o preço do produto no Brasil foi, respectivamente, 11,3% e 12,9% mais alto do que nos EUA.

Em termos absolutos, a aquisição de um metro cúbico de QAV no Brasil atualmente, mesmo sem a incidência dos custos de transporte e dos impostos, é US$ 138,34 mais cara do que nos EUA.

Na virada de 2019 para 2020, essa diferença era de US$ 66,06 –ou seja, dobrou no período.

Segundo as companhias aéreas, a disparidade entre os valores praticados em janeiro ocorre mesmo com os cortes anunciados pela Petrobras, que, somados, reduziram em US$ 132 (R$ 660) o valor do metro cúbico (1.000 litros) do combustível.

Em dezembro, a IATA (Associação Internacional do Transporte Aéreo) chamou a atenção do governo e da própria Petrobras sobre o mecanismo de precificação da querosene de aviação no Brasil.

A entidade qualificou o combustível vendido no Brasil como "excessivamente alto".

O CEO da Azul, John Rodgerson, foi o que mais atacou publicamente essa política, indicando que o combustível hoje é o item que mais pesa no preço da passagem.

Em entrevista ao Painel S.A., Rodgerson disse que a estatal cobra o combustível vendido no país como se fosse importado, o que ajuda a torná-lo um dos mais caros do mundo.

A Petrobras considera que o preço do combustível não é um item tão relevante como afirmam as empresas.

Em resposta à Azul, a estatal diz ao governo –que discute formas de baixar os preços dos bilhetes– que a companhia exibe ganhos por assento muito acima da média, porque cobrou passagens mais caras no ano passado, mesmo afirmando ter registrado queda de 33% no custo do combustível.

Com Diego Felix

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