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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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TV do Futuro deve ter padrão dos EUA e abre nova fase de receitas para emissoras

Dificuldades de implantação esbarram em falta de frequências e volume de canais

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Brasília

Caberá ao presidente Lula decidir se o padrão da TV 3.0, a chamada TV do futuro, será o escolhido pelo Conselho Deliberativo do Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD). Nesta segunda, o grupo optou pelo modelo dos EUA.

No entanto, a implementação só ocorrerá após 2028, por dificuldades de migração de determinados serviços para outras faixas de frequência (avenidas no ar por onde as operadoras e emissoras fazem trafegar seus sinais).

TVs à venda em loja do Magazine Luiza em São Paulo
TVs à venda em loja do Magazine Luiza em São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress

Segundo o Ministério de Comunicações, o novo padrão de TV aberta deveria estar pronto para transmissão em 2025 com a promessa de "revolucionar o setor" ao promover a integração dos canais de TV com a internet —o que abre novas oportunidades de negócios para radiodifusores.

No entanto, existem dificuldades operacionais. Para que o sistema funcione, será preciso migrar determinados serviços para outras faixas de frequência.

Essa mudança já ocorreu quando a TV digital foi implantada no país. Radiodifusores deixaram a faixa de 700 MHz (megahertz), que passou a ser usada pelas operadoras de telefonia celular.

Hoje, essa manobra é mais complicada porque há mais canais de TV e as faixas de frequências aventadas —entre 300 MHz e 600 MHz— estão ocupadas por serviços de radioamador e comunicação de órgãos de segurança pública.

Em 2007, quando a TV digital foi lançada, cada canal recebeu um outro em uma faixa de frequência diferente para que sua transmissão ocorre simultaneamente no sistema analógico e no digital, até que todos os espectadores tivessem garantidos pleno acesso a televisores de recepção de sinal digital. No estado de São Paulo, esse sistema híbrido durou nove anos.

Desta vez, essa mudança será mais difícil porque há o triplo de canais no plano básico e um terço de espectro (frequência) disponível, segundo técnicos envolvidos nas discussões.

Segundo o Ministério das Comunicações, a nova tecnologia fará com os canais sejam mais interativos, a navegação ocorrerá por aplicativos, abandonando o sistema atual de números.

"Isso permitirá que os canais ofereçam, além do que já é transmitido ao vivo por sinal aberto, conteúdos adicionais sob demanda, como séries, jogos, programas e muitas outras possibilidades", diz o ministério em nota.

A qualidade da imagem irá, no mínimo, quadruplicar, porque passará a ser transmitida em até 4k, ou até 8k, caso seja assistido pela internet.

Com som imersivo, a tecnologia vai permitir que o telespectador tenha a sensação de estar no ambiente que está sendo assistido.

"O telespectador poderá, por exemplo, escolher entre ouvir apenas o microfone do cantor com a banda ou destacar o som da plateia", diz o ministério.

Com Diego Felix

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