Papo de Responsa

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Analisar dados é bom para as pessoas e o futuro do país

Brasil se compara favoravelmente a outros países latino-americanos ao estabelecer dados abertos, acessíveis e reutilizáveis

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Luís Fernando Guggenberger

Executivo de inovação e sustentabilidade da Vedacit, é membro do Comitê de Inovação do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e do Conselho de Governança do Gife - Grupo de Institutos, Fundações e Empresas.

Você, certamente, já ouviu a expressão "os dados são o novo petróleo". Nesta era da economia do conhecimento, seguramente ela está correta, uma vez que as novas tecnologias estão e farão cada vez mais a captura de informações de todos os cidadãos em qualquer parte do globo.

Dados serão capturados por meio dos nossos hábitos de consumo nas mídias sociais, nos sites da internet, aplicativos de mensagens instantâneas ou dispositivos e hardwares espalhados pelas edificações, veículos, assim como carregados em nossos corpos.

Dados são capturados nas mídias sociais, aplicativos ou dispositivos carregados em nossos corpos - Gabriel Cabral/Folhapress

O chamado letramento em dados não é uma novidade restrita ao mundo contemporâneo. Ele é muito mais antigo do que pensamos, a diferença é que agora nos damos conta da importância de formarmos pessoas capazes de coletar, interpretar e analisar estes dados.

Poder público, organizações sociais e universidades já capturam e interpretam dados há anos, coletando assim as necessidades da população e desenhando políticas que de fato promovam transformações na sociedade.

Devemos utilizar os dados para aumentar acertos e diminuir riscos, concretizando escolhas mais objetivas. Isso faz parte de um pensamento assertivo que se torna cada vez mais estratégico tanto nas organizações privadas quanto na sociedade, de forma geral, incluindo as esferas do poder público.

E a maneira de avançar neste contexto é dando a devida importância para os dados nas tomadas de decisões.

Cada vez que boicotamos a realização do censo do IBGE, cortando orçamento para este fim, ou quando deixamos de atender o recenseador, estamos prestando um desserviço para o país.

Primeiro porque dessa forma não permitimos que gestores públicos tenham acesso aos melhores dados sobre a realidade brasileira e de suas comunidades para então tomar decisões efetivas e criar melhores políticas para a população.

Segundo porque o setor privado deixará de entender as necessidades dos consumidores e não conseguirá oferecer serviços e produtos que, de fato, atendam a essas demandas.

Ou seja, é um grande risco hoje, no mundo digital, passarmos a descredibilizar o pensamento lógico, o letramento digital em dados.

Estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que representa uma estruturação formada por países e parceiros estratégicos dedicados ao desenvolvimento econômico, destacam que há oportunidades para acelerar ainda mais a transformação digital do setor público no país, mas, para isso, é preciso haver mais colaboração entre órgãos, a partir de uma liderança com perfil estratégico com habilidades de interação, capacidade para coordenar e implementar iniciativas.

O estudo mostrou que o Brasil se compara favoravelmente a outros países latino-americanos ao estabelecer dados abertos, acessíveis e reutilizáveis.

Neste cenário, a articulação de hard skills, que são competências técnicas adquiridas na vida acadêmica e na experiência profissional, se torna indispensável ao desenvolvimento das capacidades para os profissionais do futuro, que devem caminhar para serem analíticos e aprenderem mais a programar do que serem programados, como diz o cientista Silvio Meira.

O conhecimento técnico conectado à desenvoltura comportamental é o alicerce para um novo mindset. Quanto mais investirmos na estrutura de interpretação de dados no mundo digital, mais teremos condições de chegarmos próximos das grandes nações como China e Estados Unidos, por exemplo, que têm investido fortemente em inteligência artificial.

A análise de dados vai muito além de apresentar números. Ela traz conhecimento analítico, envolvendo uma abordagem profunda e detalhada que nos permite transformar cenários e tomar decisões com maior eficiência, a partir de uma visão ampla e estratégica dos negócios, reconhecendo possíveis lacunas, desafios e promovendo insights para novas oportunidades.

É apenas seguindo nessa trajetória do conhecimento que podemos avançar em novos paradigmas de responsabilidade social.

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