Muitos empreendedores estão buscando inovar e trazer soluções de impacto positivo. Mas não basta ter uma ideia e já achar que tem um negócio ou um projeto que melhorará a vida de uma parcela da sociedade.
É fundamental entender que existem forças macroambientais que fazem parte do ecossistema. Todo negócio ou projeto está dentro de uma sociedade, que está dentro de um sistema.
Em vários lugares este sistema ambiental começa a colapsar. Estamos assistindo a notícias, ambientalistas e cientistas falando do aquecimento global, falta de água, das queimadas, do desmatamento desenfreado, do calor nunca visto antes, da mineração sem controle, enfim, da exploração máxima da natureza.
A busca por qualidade de vida faz com que humanos desenvolvam vários produtos e serviços por meio de negócios para este bem-estar. E que, para que isso aconteça, é necessário extrair o que a Terra nos oferece, os "recursos naturais".
O grande problema que nem todos entenderam ainda é que já chegamos ao "cheque especial" do planeta, pois estamos extraindo mais do que a Terra consegue se regenerar.
E a cada ano, o "Overshoot Day" —data em que o consumo de recursos para o ano excede a capacidade da Terra regenerar esses recursos— acontece mais cedo.
Em 2022, a média global foi dia 28 de julho. A grande preocupação é que não temos lastro ou, ainda, um banco para garantir este cheque especial. E os juros são tão altos quanto no sistema financeiro brasileiro.
No ano passado, para garantir o atual modo de vida planetário, era necessário 1,7 planeta. Isso que bilhões de pessoas ainda não possuem recursos básicos para a sobrevida. Neste ano, precisamos de 1,75 planeta, segundo a Global Footprint Network.
Neste movimento, a economia ecológica se utiliza de formulações e ferramentas da economia ambiental e dos recursos naturais que fazem a valoração dos bens e serviços ecossistêmicos a partir da utilidade dos indivíduos por meio de termos monetários.
E este conceito busca incluir o meio ambiente no estudo da macroeconomia, inserindo assim os custos ambientais na abordagem econômica.
Mas o que estes desafios têm a ver com o empreendedor de impacto positivo?
Tudo! Com os problemas ambientais e a futura escassez de recursos, empreendedores sociais e ambientais podem entender como uma oportunidade de desenvolver soluções e inovações em forma de produtos e serviços.
Há tanta tecnologia —inteligência artificial, metaverso, energias limpas, foguetes—, mas será que estamos pensando em melhorar também o sistema macro do qual fazemos parte?
Temos muitos casos de empreendedores de impacto positivo para o planeta no Prêmio Empreendedor Social. Por exemplo, os finalistas da edição 2022 que se voltam a biomas ameaçados, como MapBiomas, Idesam e SOS Pantanal.
Na "Tese de Impacto Socioambiental em Reciclagem", lançada por Artemisia e Gerdau, são apresentados exemplos de empresas e organizações de impacto que estão trabalhando arduamente para a economia circular.
Triciclo, So+ma e Molécoola são citadas como empresas com programas de incentivo em parceria com a sociedade civil para a separação de resíduos.
Grupo Muda, Vem Reciclar e Minha Coleta trabalham com gestão de resíduos em condomínios e a Coletando Soluções e So+ma com gestão de resíduos em locais de difícil acesso, como comunidades e ribeirinhos.
Cataki, Green Mining e Você Recicla, YouGreen, ViraSer, Recifavela, Bomera Ambipar e Crédito Pérola, GreenPlat, Lemobs, Bright Cities e muitas outras também são citadas.
Mesmo com tantas organizações e empresas atuando em temas ligados ao meio ambiente, ainda precisamos de mais empreendedores de impacto positivo para o planeta.
Os desafios são gigantescos, do tamanho da Terra, e na proporção das pessoas que aqui habitam. E todos temos que nos mobilizar com um verdadeiro foco no planeta.
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