Preto Zezé

Presidente nacional da Cufa, fundador do Laboratório de Inovação Social e membro da Frente Nacional Antirracista.

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Preto Zezé

Caminhos para uma cidade segura para todos

Precisamos de mais cidades saudáveis e de menos grades e segurança armada

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O que está ocorrendo em nosso país diante das escolhas feitas pelo poder público, sobre como tratar a questão climática, prova que, mais cedo ou mais tarde, não tomar medidas estratégicas pensadas como processos permanentes custa caro para todos. Uns mais outros menos, todos pagaremos esse acerto de contas.

Não comportamos mais uma cidade pensada para uma minoria ou para o transporte individual. Se quisermos ser vanguarda climática e ponta de lança numa utopia de cidade segura e saudável, não dá para conviver com tamanhos índices de desigualdade urbana.

O meio ambiente pode ser a base para um projeto de país inovador tecnicamente, referência no combate à desigualdade e espelho no equilíbrio climático e no enfrentamento das injustiças ambientais, sociais e raciais. A ideia é uma espécie de programa Eco Habitacional das Metrópoles, adaptado a cada realidade, desde a Amazônia, com suas riquezas e posicionamentos geopolíticos estratégicos, até os centros das grandes cidades.

Podemos direcionar o Minha Casa Minha Vida para projetos em áreas nobres, com infraestrutura, próximos do centro e de vias de transporte públicos nas proximidades. E com faixas de crédito e foco em mães solteiras e cotas raciais, que facilitem quem não tem acesso ao mercado. A violência tem empurrado contingentes enormes para o abandono de uma agenda de direitos em troca de uma agenda falida e derrotada de lei e ordem. Sem falar que o medo se tornou dividendo econômico para políticos poderosos.

Experiências exitosas das mais variadas gestões, de tinturas ideológicas diversas, podem servir para iluminar esse caminho. São os resultados das políticas públicas que devem pautar o debate político, não o contrário. Podemos partir da experiência de mobilidade e design urbano de Fortaleza, das parcerias público-privadas e sociais do Ceará, do Viaduto de Madureira, transformado em centro de distribuição e logística de alimentos para a pandemia pela Cufa, e da arena da Taça das Favelas, em Realengo.

Na maior favela de São Paulo, Heliópolis, uma parceria com o governo de São Paulo está viabilizando o Parque Heliópolis, com a instalação de equipamentos de esporte, lazer e cultura. Um local que antes juntava lixo, hoje junta esperança.

Precisamos mudar a segurança pública para um modelo que pense em praças, parques, teatros, ruas abertas, não em muros e condomínios. Mais cidades saudáveis, menos grades e segurança armada.

O Brasil pode criar algo semelhante ao que se vê na Europa, mas isso demanda articulação, pacto social novo, consensos e urgência em torno de questões estratégicas.

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