Preto Zezé

Presidente nacional da Cufa, fundador do Laboratório de Inovação Social e membro da Frente Nacional Antirracista.

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Preto Zezé
Descrição de chapéu

O encontro de dois Brasis

É hora de reunir empreendedores das favelas e do asfalto por uma agenda em áreas inviabilizadas por falta de políticas públicas.

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Ao longo dos anos, o termo ‘favela’ passou por um processo depreciativo. Revertemos isso, e hoje, com orgulho e alegria, vemos o reposicionamento da favela saindo de um lugar estereotipado que se resumia a tragédias e noticias tristes. Conseguimos, a duras penas, transformar estigma em carisma e dificuldades em oportunidades.

Vista geral da favela de Paraisópólis, em São Paulo, que completou 100 anos com alta em novos negócios - EduardoKnapp - 14.set.21/Folhapress


Empreendedorismo é a palavra da moda, termo que o asfalto criou para denominar o que já temos há tempo. A favela se vira desde sempre, em condições desfavoráveis e distantes dos holofotes, mas nem por isso menos digna e importante.

Engana-se quem ainda cai no lugar-comum da carência. Já provamos que somos potência em vários aspectos. Não que os problemas tenham acabado, mas atingimos o protagonismo em muitas áreas antes representadas por agentes externos.

Hoje falamos por nós mesmos, na nossa diversidade social, cultural, religiosa e política, nos representamos e manifestamos nossa existência. E, com múltiplas habilidades, produzimos um olhar sobre nós, sobre o mundo que nos cerca, e elaboramos nossa visão de sociedade.

Rompemos a barreira do debate econômico, pois nesse feudo, só "especialistas" falavam, mesmo com a favela gerando R$ 120 bilhões em poder de consumo, riqueza, por sua forca de trabalho, o que em economês se traduz como o PIB do Paraguai, da Bolívia e do Paraguai juntos.

Este é o momento de retomada da economia, de um novo cenário que exige encarar desafios sem aceitar o clichê de público-alvo ou objetos de estudo.

Ao adentrarmos o debate econômico, pautamos a arena do debate público, apresentamos números, estudos e base de dados com um instituto de pesquisa próprio: o Data Favela.

Temos a primeira holding que só atua em favela do país, liderada por Celso Athayde, empreendedor do ano, escolhido pela fundação Swab, ligada ao Fórum Econômico de Davos. Ele, em parceria com a Cufa, idealizou a primeira exposição sobre tecnologias inovadoras.

homens estão ajoelhados e de pé em galpão. vestem branco e há uma moto
Empresa Favela Log, da Favela Holding, emprega egressos do sistema prisional - Arquivo pessoal

Acumulado esse capital político, social e econômico, é hora de reunir os empreendedores das favelas e os do asfalto, startups, pessoas inventivas e inovadoras que criem uma agenda positiva em áreas inviabilizadas por falta de políticas públicas.

De 15 a 17 de abril, no WTC, Favela Holding e Cufa realizarão a Expo Favela, arena de negócios onde se encontrarão capital e trabalho, asfalto e favela, produtores de riquezas formais e informais, por uma economia de cuidado, colaboração, partilha e justiça social.

Convido-os a escreverem essa página nova da nossa história, onde criaremos consensos em torno de negócios, divisão de riquezas, soma de inteligências e pactuação de um país melhor, mais justo e economicamente equilibrado.

Mais informações no link http://www.expofavela.com.br. Sejam bem-vindos! Nos vemos lá!

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