Preto Zezé

Presidente nacional da Cufa, fundador do Laboratório de Inovação Social e membro da Frente Nacional Antirracista.

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Preto Zezé

Favela com os yanomamis

Campanha pode fortalecer ainda mais o trabalho de assistência

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Há mais de dois anos, a Cufa está realizando ações emergenciais em Roraima. O estado tem a maior proporção de população indígena em relação à população não indígena no país. São 120 mil pessoas autodeclaradas indígenas no estado. Destas, 80 mil vivem em terras indígenas e em torno de 40 mil vivem em área urbana, na capital e municípios do interior de Roraima.

Com uma população de mais de 617 mil habitantes, segundo o IBGE 2023, quase metade do estado é terra indígena, o que corresponde a 10 milhões de hectares.

Conversando com o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, expus a logística que temos na região, bem como as estratégias que utilizamos durante a pandemia, nos quesitos de mobilização, comunicação e logística de território, pois se trata de levar mais do que cestas básicas.

O que se está produzindo é mobilização social, que será necessária agora e depois, para poder dar corpo e escala às políticas públicas de inclusão.

A Cufa de Roraima já atua na região há anos, e em regime de pandemia, o que adiciona ativos importante numa ação emergencial, mas que sua rede se faz necessária durante um período mais longo. Já que, além das questões dos indígenas em particular, se percebe uma migração que levou ao estado mais de 100 mil venezuelanos.

A questão indígena do Brasil é histórica e a que mais se assemelha à história do povo preto, que tiveram suas vidas restringidas, suas terras invadidas, seus direitos violados por séculos de exploração.

Neste momento, o mundo assiste estarrecido a cenas que não são novas, já que o problema atravessa décadas e sempre foi tratado com negligência pelo Estado brasileiro, além de ter se agravado nos últimos anos.

Os indígenas são os protetores das florestas. Muitos deles encontramos fora delas em favelas dos centros urbanos.

É necessário um reencontro do Brasil estabelecido com esse Brasil invisibilizado.

Justamente para trazer ajuda emergencial, mas para pautar esse tema como agenda pública, já que envolve outras demandas, como saúde, educação, desenvolvimento social e principalmente uma reparação histórica, a Cufa e a Frente Nacional Antirracista iniciaram, em parceria com a Band e a Rede Globo, uma campanha de arrecadação para ajudar o povo yanomami e fortalecer ainda mais o trabalho de assistência às favelas de Boa Vista e do resto do estado, algo iniciado há tempos.

Contamos com a ajuda de todos.

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