É jornalista desde os 18. Cobriu as Copas de 1994, 1998, 2006, 2010 e 2014. Hoje, também é comentarista. Escreve aos domingos
e segundas-feiras.
Lembra do Kaká?
Tem muita gente perguntando por que Muricy não se recicla. A pergunta é boa, mas ao mesmo tempo imprecisa. Ninguém perguntava isso quando o São Paulo ganhava jogos no segundo turno do Brasileirão do ano passado. Foi vice-campeão brasileiro.
No Brasil –e em boa parte do mundo– vice é igual a último. Muricy tinha Kaká. Não tem mais. Kaká não jogou bem nos seis meses de Morumbi, mas ajudou.
Quem visitava o Centro de Treinamento da Barra Funda ano passado ouvia que Kaká era um exemplo. Corria no espaço vazio para puxar um zagueiro na sua marcação mesmo sabendo que a bola não ia chegar. Abria espaço para os outros.
Agora é diferente. Centurión foi o melhor driblador do clássico e recebeu 50% mais passes do que Luís Fabiano. Não conseguiu quebrar a defesa rival.
O São Paulo jogou a maior parte do tempo com posse de bola, mas invadiu pouco a área corintiana. Mandou no jogo, teve um pênalti desperdiçado por Rogério Ceni, mas não conseguiu empatar a partida.
Dos quatro grandes clubes de São Paulo, até agora, o Corinthians é o único que merece ouvir que jogou bem. Não ontem.
No clássico, foi forte defensivamente, chegou ao gol em uma boa finalização de Danilo, mas correu o risco de sofrer o empate –merecido– tanto no pênalti desperdiçado por Rogério, quanto num lance de Centurión na primeira etapa.
O São Paulo jogou melhor do que tem jogado os jogos grandes.
Aqueles que não venceu ainda em 2015.
O São Paulo disputou dez jogos oficiais neste ano e ganhou todos, menos os mais importantes. Empatou com o Santos, perdeu do Corinthians duas vezes. Não está bom.
A pergunta é por que o São Paulo vice-campeão brasileiro perdeu competitividade neste ano. Só falta Kaká. E é tão importante assim? Kaká era um exemplo, mas não um craque. Não quebrava defesas, como Centurión não quebrou. Então por que era diferente?
É impossível dizer que era por Kaká. É possível pensar no que ele oferecia: liderança, trabalho tático, exemplo. Mas isso é o bastante para distanciar o time vice-campeão brasileiro da equipe que hoje não ganha as partidas mais importantes?
Há problemas na defesa, mas o time tem os mesmos jogadores do sistema defensivo, exceto Dória na quarta-zaga –não estava– e Reinaldo na lateral-esquerda –Álvaro Pereira não está bem no Estudiantes.
É necessário descobrir os problemas nos próximos dez dias. Entre 18 de março e 1 de abril, o São Paulo vai disputar mata-mata na Libertadores contra o San Lorenzo.
A ausência de Kaká não pode explicar por que o time vice-campeão brasileiro e que jogava bem no segundo semestre de 2014 não dá sinais de poder ser campeão paulista. Muito menos da Libertadores.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
O CHATO SOU EU
Gabriel Jesus foi a melhor coisa do pobre Palmeiras x Bragantino. Entrou bem, deu passes, quase fez gol. A torcida já pede seu nome, fruto das imagens do youtube. Só uma coisa não é a ideal: o nome. O apelido –Borel– com que todo o elenco o chama seria sua marca registrada. O Palmeiras não quer.
DORIVAL
Vagner Mancini foi o técnico que lançou Neymar e Dorival Júnior o que o treinou no time mais brilhante do craque no Santos. Dorival deve ser anunciado novo treinador –mas não está certo ainda. É a chance da recuperação na carreira. Mas para o Santos o melhor seria seguir com Enderson.
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