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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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De tudo o que ocorre a Neymar, descanso pode ser positivo

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Crédito: Benoit Tessier/Reuters De volta após dois jogos, Neymar comemora um dos dois gols na partida contra o Montpellier
Poupado em duas rodadas, Neymar volta ao PSG com dois gols contra Montpellier

Neymar não disputou as partidas do Paris Saint-Germain na semana passada, nem contra o Lyon no domingo (21), nem quarta-feira (24) contra o Guingamp, pela Copa da França. As duas ausências, por lesão, completaram uma lista de dez partidas, das 34 da temporada, sem Neymar em campo. No retorno, fez dois gols na goleada por 4 a 0 o Montpellier neste sábado (27).

Em sete meses na França, Neymar fez 24 jogos, 26 gols e 14 passes decisivos. O craque brasileiro participa de um a cada três gols dos 115 anotados pelo PSG na temporada.

Mesmo assim, chama a atenção a quantidade de debates sobre o que ele faz sem a bola no pé.

Quando a tem nas mãos e não a entrega a Cavani para cobrar pênalti. O ambiente no vestiário dividido entre brasileiros x uruguaios-argentinos, segundo o diário "L'Equipe".

Também o suposto arrependimento ter se transferido para Paris, o interesse do Real Madrid e até a ausência na partida contra o Lyon, fora de casa.

O jornal parisiense discutiu se Neymar não viajou por ser um jogo difícil e longe do Parque dos Príncipes. Mas admitiu que o brasileiro sentiu uma lesão no final do treino da véspera do clássico.

O jogador mais caro do mundo quer ser eleito melhor do planeta, o que, convenhamos, será muito mais relevante do que o valor pago para tirá-lo do Barcelona. Ainda que seja necessário sempre lembrar que os prêmios individuais não podem ser objetivo de carreira, mas consequência de um trabalho bem feito.

Nos últimos dias, Neymar ganhou a defesa de Tite: "Tudo com ele é muito supervalorizado", diz sobre a vida particular do jogador. "A questão do pênalti com o Cavani é do comando. No meu time, eu decido quem cobra", afirma o treinador da seleção brasileira.

Para proteger Neymar, não serve mais a palavra "menino." O atacante já tem quase 26 anos e é pai. Um homem dessa idade precisa assumir cada uma de suas atitudes.

A acusação mais recente é que sua simpatia desapareceu. O exagero da exposição reforça esta impressão.

Em ano de Copa, seria preferível uma vida mais silenciosa para o melhor jogador brasileiro da atualidade. Mas Neymar não se compara a Messi, nem mesmo quando o assunto é discrição.

De tudo o que ocorre com Neymar, uma pode ser muito positiva: o descanso. Uma lesão na coxa, como a que o tirou de combate semana passada, não é desejável, mas descansar algumas semanas talvez possa ajudá-lo a derrubar uma estatística das Copas do Mundo deste século: a de que o destaque individual da temporada não vai bem no Mundial.

Messi foi eleito o melhor da Copa de 2014, sem jogar igual ao Barcelona, Cristiano Ronaldo chegou ao Brasil machucado quatro anos atrás, depois de vencer a Liga dos Campeões, Messi não brilhou em 2010, Ronaldinho Gaúcho não foi bem em 2006, Zidane (campeão da Liga dos Campeões) e Luis Figo (eleito pela Fifa em 2001) fracassaram na fase de grupos, lesionados em 2002.

Há um ano, pelo Barcelona, Neymar tinha 26 partidas a esta altura de janeiro. Hoje tem duas a menos.

Não está ausente a ponto de ser contestado, mas as dez ausências podem ajudá-lo a chegar em sua melhor condição física às finais da Liga dos Campeões e ao Mundial.

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