Lucas Lima foi substituído aos 30 minutos do segundo tempo, depois de trocar 34 passes e errar 10% deles. Novamente, não foi bem. Neste ano, o meia contratado do Santos marcou um gol e deu seis assistências. É pouco.
Como Lucas Lima, o Palmeiras jogou menos do que pode.
Por mais que a torcida escolha um vilão a cada tropeço, é impossível dizer que Dudu não faz um bom ano. Depois de jogar mal na derrota para o Corinthians, em Itaquera, na derrota por 2 a 0 na fase de classificação do Paulista, Dudu reagiu.
Sobre o capitão do Palmeiras, já se discutiu muito seu posicionamento. Quando jogava como meia central, com Marcelo Oliveira, em 2015, a crítica era por não jogar pela esquerda. Quando Roger Machado escalou-o pela direita e ele se destacou contra o Junior, em Barranquilla, houve quem perguntasse se não jogava bem antes por estar na esquerda. Não era por isso.
A posição também não é o problema de Lucas Lima. Cabe a ele buscar o jogo e achar o lugar exato para receber onde possa decidir. Em vez de ficar de frente para o volante, como fez diante de Rodrigo Dourado, precisa abrir pelos dois lados e buscar as costas do cabeças de área. O sistema não o prejudica. Ajuda. À exceção de Borja, ninguém tem mais liberdade do que Lucas Lima no Palmeiras.
Nem Dudu, autor do gol da vitória por 1 a 0 sobre o Internacional e visto dando carrinho na linha de fundo defensiva.
Rodriguinho é um exemplo de quem encontra espaços onde aparentemente não há. A comparação não é exatamente correta, porque Lucas Lima joga como meia, Rodriguinho como atacante. É meio-campista de origem, mas joga à frente da linha de quatro do centro.
Poderia se ressentir, desculpar-se por estar fora de posição. Em vez disso, sempre dá um passo atrás ou para o lado, para aparecer onde ninguém se aproxima para lhe tomar a bola. Foi assim no gol do título paulista, no Allianz Parque, e na pequena área da Vila Capanema, contra o Paraná Clube.
O Palmeiras recebeu pressão do Internacional nos minutos finais do Pacaembu. Venceu com menos posse de bola do que o rival gaúcho. Abriu mão do tipo de jogo de que Roger Machado mais gosta. A marcação adiantada não apareceu e só 6 de 30 desarmes aconteceram depois do meio de campo.
Há momentos em que, mais do que encantar, é preciso ganhar. A procura do Palmeiras é ter um time antagônico ao do Corinthians. O Corinthians marca, o Palmeiras quer ser criativo, envolvente, ditar o ritmo. Dá trabalho fazer isso. Para conseguir, não se pode cogitar demissão de técnico a cada quatro meses.
O Corinthians colhe o que plantou durante dez anos. Não se reconhecia isso na derrota para o Sport, no Recife, em 2008, nem quando Tite perdeu do Guaraní do Paraguai, em 2015. Mas ter identidade ajuda o Corinthians com reforços discretos como Sidcley, Rodriguinho, Mateus Vital...
O palmeirense vai ao aeroporto recepcionar contratações. Depois, à arquibancada para reclamar delas.
O Corinthians tem seis pontos na parte de cima da tabela. O Palmeiras precisará de paciência para alcançá-lo.
A mesma paciência será necessária para descobrir daqui a alguns meses que está formando um bom time.
SALADA
O risco de mexer taticamente a cada jogo é confundir mais seu próprio time do que o rival. Militão foi lateral direito em Fortaleza. Contra o Atlético-PR, fechou a linha de quatro pela esquerda. Não foram três beques. Antes de achar a formação, nem Éverton vai ajudar.
SANTOS
O primeiro tempo do Santos, em Salvador, foi péssimo. Só Rodrygo criou chance de gol. A melhora na segunda etapa foi insuficiente e a falha da defesa no gol do Bahia, imperdoável. O retorno de Bruno Henrique vai ajudar, desde que Jair Ventura encontre o lugar para Rodrygo.
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