Kylian Mbappé destruiu nos primeiros 15 minutos de jogo contra a Argentina. Criou uma chance de gol e sofreu o pênalti convertido por Griezmann. Depois, diminuiu o ritmo no primeiro tempo. Di María achou um gol de fora da área, num espaço criado por Kanté, volante que perseguiu Messi.
Não pergunte como a França deu tanto espaço. Kanté ia atrás de Messi. No setor do volante, Di María estava livre.
Mbappé arrebentou de novo no segundo tempo. A rapidez com que arrancou do meio de campo caracteriza um tempo diferente do futebol mundial. Nesta Copa, a velocidade e a potência são, muitas vezes, mais decisivas do que o drible.
A França é o time mais jovem das oitavas. Prendia Matuidi pela esquerda (veja ilustração) e liberava o menino do PSG pela direita. O sistema 4-2-3-1 era uma escada. Virava 4-3-1-2 a cada vez que Matuidi se enfiava por trás, como volante.
Mbappé livre para atacar mostrou que pode ganhar o prêmio de melhor do mundo, antes de Neymar. Quando levou o Monaco à semifinal da Liga dos Campeões de 2017, já parecia ser assim. Depois, virou coadjuvante do brasileiro.
Neste momento da Copa, Mbappé e Neymar são rivais pelo prêmio maior. Cavani também. Cristiano Ronaldo e Messi seguirão fora, sem chance de serem campeões mundiais. A Copa não será o trampolim para mais um prêmio individual nem do argentino nem do português.
O prêmio de melhor jogador do planeta não pode ser objetivo. Tem de ser consequência das conquistas coletivas e, neste mês, da Copa do Mundo.
Para que a Copa seja a catapulta, Neymar e Mbappé terão de se encontrar na semifinal. E Mbappé terá de passar por Cavani nas quartas. O uruguaio foi brilhante contra Portugal.
Sua virada de jogo no primeiro gol e a capacidade de se infiltrar para receber o passe de Luis Suárez, para quem tinha feito o lançamento, mostram que está num momento sensacional de sua carreira. O segundo gol confirma.
Discutimos se Neymar será o melhor do mundo. A melhor pergunta é se o Brasil será campeão. As duas primeiras oitavas de final derrubaram o reinado de Cristiano Ronaldo e Messi, determinaram que os melhores da última década nunca conquistarão o maior torneio de seleções e abriram um novo reinado.
O provável novo rei terá de passar necessariamente pela prova das quartas de final, semifinais e final da Copa do Mundo. O craque mundial será o mais talentoso jogador do melhor time coletivo.
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