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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Clássico foi fraco e fez parte de mais uma rodada de empates por 0 x 0

O Brasileiro de pior média de gols desde 1990 não teve emoções nem em Belo Horizonte nem na Vila

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Homem de camisa vermelho e preta e homem de branco disputam bola em gramado
Igor Liziero, do São Paulo, e Diego Pituca, do Santos, em partida deste domingo (16), na Vila Belmiro - Paulo Whitaker/Reuters

Rodrygo perdeu a maior chance do clássico Santos 0 x 0 São Paulo, na Vila Belmiro, aos 27 minutos do segundo tempo. Lançamento de Diego Pituca e o atacante santista disputou com o zagueiro Arboleda.

Saiu frente a frente com o goleiro Sidão e desviou para fora.

É justo que você discorde da palavra "zagueiro", aplicada ao equatoriano Arboleda. Por toda a temporada, questionou-se a ausência de um lateral de ofício do lado direito da defesa escalada por Diego Aguirre.

Bruno Peres firmou-se, mas estava machucado domingo, o que forçaria a presença do inexperiente Araruna ou do improvisado Hudson. Aguirre preferiu o zagueiro Arboleda como lateral, o que provocou comentários de que o São Paulo jogaria com três zagueiros.

Não foi assim.

Aguirre explicou que não, na entrevista à beira do campo. "Vai como lateral e podemos alterar durante o jogo."

Há 30 anos, o repórter da revista Placar, Divino Fonseca, descreveu as mudanças táticas da Eurocopa de 1988 com uma dualidade: função X posição. Uma coisa é a posição em que o jogador joga e acostuma-se a atuar. Outra, bem diferente, é a necessidade imposta por cada partida, a função. Ela obriga os jogadores a funcionarem de acordo com a característica do adversário.

Como o Santos joga num 4-1-4-1, com um ponta pela direita —Derlis Gozález— e com Rodrygo aberto pela esquerda, Arboleda ficou fixo na marcação do atacante santista, já vendido ao Real Madrid. Nesse cenário, o lateral-esquerdo são-paulino, Reinaldo, ficava com Derlis González.

Quando o paraguaio entrava em diagonal, Reinaldo vigiava. O mesmo valia para Arboleda, posicionado como lateral-direito puro, o guarda-costas de Rodrygo. A qualquer sinal de que Rodrygo se deslocaria para ficar perto de Gabriel, pelo meio, o equatoriano poderia se tornar terceiro zagueiro. Não precisou mudar de posição nunca.

Zagueiro por formação, Arboleda recebeu a posição de lateral-direito e a função de anular Rodrygo.

Conseguiu.

Tirando a chance mais clara de gol de um clássico insosso, insípido e inodoro, Arboleda cuidou do camisa 9 santista, Bruno Alves e Ânderson Martins jogaram pela faixa central da defesa e festejaram impedir Gabriel de ampliar sua vantagem como goleador do Campeonato Brasileiro, Reinaldo cuidou pela esquerda das infiltrações de Derlis González.

Quando o paraguaio se aproximava de Gabriel, Reinaldo fechava em diagonal. Era tão terceiro zagueiro, como Arboleda do lado oposto. Ou seja, era lateral-esquerdo.

O clássico foi fraco e fez parte de mais uma rodada de empates por 0 x 0. Cruzeiro x Atlético também empataram sem gols no Mineirão. O Brasileiro de pior média de gols desde 1990 não teve emoções nem em Belo Horizonte nem na Vila Belmiro.

Mas o Brasileiro de menos redes balançadas na era dos pontos corridos não é o de menos emoção nem de menos público. A maior média de espectadores desde 1987 parece inexplicável por causa da qualidade, inversamente proporcional. Mas significa o esforço de quem tem plano de sócios com fidelidade, como Palmeiras, Corinthians e São Paulo. 

Em campo, o São Paulo assumiu a liderança isolada. Pode ser por um dia, porque o Internacional tem chance de chegar à ponta nesta segunda e anunciar que pode ser o primeiro campeão vindo da Série B, na história.

Alternativas

O Palmeiras parecia propenso a escalar garotos, mas seguiu com a equipe alternativa. O time B, de Brasileirão, teve a companhia de Felipe Melo, suspenso contra o Colo Colo. Foi o herói do jogo. O Palmeiras reserva, o Banguzinho, segue na briga para ser campeão. Desde que torça contra o Internacional.

Inteira

Mano disse que poupou atletas do Cruzeiro depois de perceber que a melhor equipe seria a mais descansada. O Flamengo não fez isso é quem mais sofre. O São Paulo subiu e já desceu, o Fla foi líder e agora joga mal e, dos envolvidos nas Copas, é quem menos descansa e mais cai de produção.

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