O Santos de Sampaoli jogou mal contra o Athletico-PR, mas empatou em 1 a 1, com gol de pênalti de Carlos Sánchez, aos 45 min do segundo tempo. Agora, jogará rara final direta do Brasileiro  dos pontos corridos. Não a decisão do campeonato, mas do primeiro turno. Desde 2003, só houve uma decisão em confronto direto entre os dois mais bem classificados: Corinthians x Goiás, em 2005.

Virtual vencedor da primeira metade, o Flamengo melhorou após a chegada de Jorge Jesus, na décima rodada. Antes de sua estreia, o time estava em terceiro lugar.

Já era um dos três líderes que disputam o simbólico troféu do primeiro turno. O Palmeiras de Felipão agora é de Mano Menezes, que estreou bem contra o Goiás, vitória por 2 a 1, em Goiânia. Eram 13 anos sem o Palmeiras ganhar no Serra Dourada, pelo Brasileiro, e 20 jogos sem virar o placar. Mano virou.

Jesus melhorou o Flamengo e Sampaoli construiu um Santos, ainda indecifrável para muitos. Segue comum ouvir gente dizer que o Santos joga com três zagueiros. Meia verdade, porque quando se defende, o lateral esquerdo fecha a linha de quatro defensores.

Contra o Athletico-PR, defendeu-se com Lucas Veríssimo, Aguilar, Gustavo Henrique e Felipe Jonathan.

O Flamengo varia de acordo com o elenco à disposição. Sem Bruno Henrique, fora de casa, contra o Avaí, o treinador português montou um 4-2-3-1, com Reinier como ponta de lança. Seu segredo é a movimentação constante.

Entre os Guardiolistas e os Simeonistas citados por Tostão, há também os simplistas. Muitas vezes, nós analistas. Mano Menezes foi perfeito ao afirmar que organização defensiva não significa ser reativo e contra-atacar. Seu novo Palmeiras foi a Goiânia com bola no pé e organizado para que os goianos só tivessem chance chutando de longe.

Não foi insinuante como o Flamengo, mas asfixiou o Goiás e pressionou até fazer 2 a 1.

Como enfrenta o Fluminense em jogo adiado, na terça-feira (10), o Palmeiras ainda pode ser o vice-campeão do primeiro turno.

Sendo simplista, o turno será vencido por um estrangeiro, mas pode ser liderado pelos dois ricos. Ou Flamengo em primeiro e Palmeiras em segundo lugar, os endinheirados, ou Jesus e Sampaoli dividindo-se como campeão e vice. Para vencer o turno, o Santos tem de ganhar no Maracanã.

Inegável a contribuição dos dois treinadores do exterior. A influência já existiu no passado e houve momentos dos campeões de maior prestígio do país terem sido dirigidos por estrangeiros. Em 1953, por exemplo, o São Paulo do técnico argentino Jim López foi campeão paulista e o Flamengo, do paraguaio Fleitas Solich, ganhou o carioca.

A influência estrangeira foi direta na primeira conquista de Copa do Mundo pelo Brasil. Vicente Feola, o treinador de Pelé, em 1958, trabalhou com o húngaro Bela Gutman, no estadual vencido pelo São Paulo, em 1957. Sampaoli e Jorge Jesus ensinam que é possível ousar mais e mexer nas estratégias de acordo com os rivais.

Não nos esqueçamos apenas que está terminando um turno, apenas. Também que atacar tem sido receita para ganhar o campeonato há bastante tempo. Dos últimos seis campeões, cinco tiveram o maior número de gols.

Por que virou?

Mano Menezes explicou bem que o Palmeiras de Felipão não virava jogos porque não precisava. Se de 76 jogos, em 56 saiu na frente, não havia razão para virar partidas. Mas o Palmeiras passou a levar gols depois da Copa América. Virou com o Goiás, porque acreditou até o fim.

Olimpicamente

O Corinthians pode fechar o turno com recorde de empates, depois do gol olímpico de Leandro Carvalho, escanteio da direita, de pé direito, semelhante a Roberto Carlos no Corinthians x Portuguesa, em 2011. Se seguir assim, jogará o returno sem chance de taça. Olimpicamente.