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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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É preciso tomar cuidado com lendas repetidas exaustivamente

Futebol brasileiro é repleto de lendas que se desfazem no ano seguinte

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O maior público pagante no Brasil neste ano foi Flamengo 1 a 0 CSA. É provável que Flamengo e Corinthians, neste domingo (3), não leve tanta gente porque a separação de torcidas retira lugares disponíveis para a venda.

Parece inacreditável, mas a precaução da polícia faz com que grandes clássicos tenham menos público do que partidas entre um gigante e um nanico.

Mais surpreendente só observar a média de espectadores do clássico das duas maiores torcidas do país, na história do Brasileiro. Flamengo e Corinthians disputaram 28 jogos no Maracanã, desde 1971. Nunca com 100 mil pagantes. Em média, com 34 mil. É menos do que a média do Flamengo neste ano: 53 mil.

O Maracanã transformou-se no maior espetáculo do Brasil em 2019. Nem as Cataratas do Iguaçu deixam tanta gente boquiaberta quanto a mistura de alegria nos pés com alegorias nas arquibancadas, quando joga o Flamengo.

O futebol brasileiro é repleto de mitos e lendas, verdades absolutas que se desfazem no ano seguinte. Hoje, Jorge Jesus dá a receita de quase não poupar jogadores. Dois anos atrás, o Corinthians foi campeão, supostamente por jogar a sério só o Brasileiro, sem disputar a Libertadores. Há um ano, o Palmeiras venceu com seus reservas. A lista das lendas inclui times eternos, daqueles que se diz terem jogado por dez anos seguidos. 

Diego Alves, Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís; Arão; Éverton Ribeiro, Gérson e De Arrascaeta; Bruno Henrique e Gabriel. Os 11 entraram em campo juntos 5 vezes, com 4 vitórias e 1 empate.

Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. Os campeões mundiais do Flamengo em 1981 jogaram todos juntos 4 vezes. Foram 3 vitórias e uma derrota por 2 a 0 para o Vasco. Os titulares de hoje já jogaram mais vezes.

Dois anos atrás, a surpresa dos esquadrões que encantaram gerações e ficaram na memória era desfeita pelo Corinthians, de Fábio Carille, o mesmo que hoje tenta frear o imbatível Flamengo, no Maracanã.

O 1º turno registrou 47 pontos, com formação que não virou poesia, mas estará sempre nos livros por ser a mais escalada: Cássio, Fágner, Balbuena, Pablo e Arana; Gabriel e Maycon; Jádson, Rodriguinho e Romero; Jô. Começaram 13 partidas, com 7 vitórias, 5 empates e 1 derrota. É a formação que mais vezes atuou pelo Corinthians, empatada com Solito, Alfinete, Mauro, Daniel González e Wladimir; Paulinho, Sócrates e Zenon; Ataliba, Casagrande e Biro-Biro.

Co-recordista, o time de Sócrates ficou conhecido por ser a Democracia Corintiana e perdeu 4 das 13 partidas que iniciou com os 11 reunidos. Os campeões de 2017, assim como os virtuais vencedores rubro-negros de 2019, implodiram recordes de times históricos. 

Cuidado com as verdades repetidas exaustivamente hoje.

Carille significava a nova geração de treinadores e ela estava pronta para suceder antigos medalhões. No ano seguinte, Felipão saiu do ostracismo para virar personagem do título, vida eterna aos mestres veteranos.

Neste ano, a verdade nua parece ser que um novo caminho vem dos treinadores do exterior. Mais sábio, Jorge Jesus já afirmou que é bom e nem todos os estrangeiros terão níveis superiores aos brasileiros.
A inteligência é sempre melhor do que a intransigência.

O Flamengo pode tornar-se o 1º campeão brasileiro e da Libertadores no mesmo ano desde o Santos de 1963. A formação clássica de Gilmar, Lima, Mauro e Dalmo; Zito e Calvet; Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe esteve em campo 10 vezes. Ganhou 9 e perdeu uma, do Botafogo de Garrincha.

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