Gomis entrou no time do Al-Hilal aos 20 minutos do segundo tempo e fez o gol da vitória sobre o Espérance. Apesar da reserva no sábado (14), o atacante francês é a referência do ataque saudita. Seja para finalizar, como no gol da classificação para as semifinais contra o Flamengo, seja para fazer o pivô.
As defesas rivais na Copa dos Campeões da Ásia miram Gomis e, muitas vezes, deixam espaços para as infiltrações de Carrillo, Al Sharani. Por vezes também do volante Al Faraj, o número 7, ausente na semifinal.
"Vocês não falam do Al-Hilal, porque não conhecem, mas eu conheço, fui eu quem montei o Al-Hilal", disse Jorge Jesus, depois da derrota por 4 x 0 para o Santos. Um misto de alerta sobre os campeões da Ásia e autoelogio.
De fato, Jesus acertou na previsão de que seria necessário enfrentar o Al-Hilal. Nem citou o Espérance, que vendeu caro a derrota.
O técnico romeno Rashvan Lucescu desmentiu Jorge Jesus e disse que outros treinadores conceituados, como Ramón Díaz, passaram por lá e ajudaram a montar a ideia de jogo do Al-Hilal.
O Flamengo precisa de cuidado na semifinal, mas mira o Liverpool, que chega a Doha cheio de problemas.
O zagueiro titular, Matip, e seu reserva, Lovren, estão machucados. Joe Gómez pode começar a hipotética partida contra o Flamengo. No meio, Fabinho está lesionado e Wijnaldum é dúvida, depois de sair machucado contra o Watford, no sábado (14).
Os campeões da Europa têm repertório de jogadas vasto. A equipe é terceira no ranking de posse de bola e de finalizações na Premier League, mas é a que mais varia suas opções de ataque.
São comuns os contra-ataques em que Mané atravessa a linha do meio de campo com dois atacantes para passar a bola e dois zagueiros na marcação. Foi assim o gol de Salah, contra o Watford. São frequentes os lançamentos longos de Henderson para Mané sair na cara do gol. Aqui, diriam que é ligação direta. É passe preciso, mesmo.
Quando as defesas rivais se fecham, também é normal ver o Liverpool trocar passes até encontrar o espaço vazio e invadir.
O departamento de inteligência de Anfield pediu informações para rivais sul-americanos como River Plate e Grêmio. Klopp terá todas as informações e mais um pouco sobre o Flamengo. Não haverá desprezo. O Liverpool quer vencer.
O Flamengo também tem seu caminho. As trocas de posições frequentes e as infiltrações de Gabriel e Bruno Henrique às costas dos laterais vão abrir espaços nos setores de Alexander-Arnold e Robertson, como o Salzburg conseguiu fazer na Champions League, há seis dias. Na Áustria, o Liverpool corria o risco de ser o primeiro campeão eliminado na fase de grupos da Champions, desde o Chelsea, em 2012.
Justamente o último europeu a perder o mundial para um sul-americano, o Corinthians. Diferente do Chelsea, o Liverpool classificou-se. Não pagou mico.
O Flamengo será diferente dos sul-americanos campeões. Será diferente porque vai atacar. Isso transformará o hipotético Liverpool x Flamengo na mais atraente final de mundial nesta década.
COISA RARA
Em semana de Real Madrid x Barcelona, tem sido raro falar de outra coisa. O Flamengo conseguiu mudar isso nesta semana, com a enorme colaboração do adiamento do clássico espanhol de outubro para dezembro. Vai ser jogaço também. Mas o Flamengo é o assunto.
LUAN
Quem conviveu com Luan no final deste ano garante que está focado e pronto para jogar em alto nível. Também é por isso que o Corinthians assume o risco. Há muito tempo, Luan não joga bem. Mas essa era a situação de Bruno Henrique, antes de chegar ao Flamengo.
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