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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Clássicos em 0 a 0 têm razões e antídotos

O estudo dos jogos sem gols indica que o maior número de finalizações ocorre de longe

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O presidente da Federação Paulista estava no Santiago Bernabéu assistindo ao clássico Real Madrid x Barcelona, em companhia do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Os dois se reuniram com o presidente da Liga Espanhola, Javier Tebas, entre outras coisas para entender como a liga usou parte da receita de televisão para ajudar a quitar velhas dívidas de clubes.

Assim, a Espanha começou a tentar equilibrar seu campeonato que, se ainda é polarizado por Barça e Real, deixou de ter o campeão acima dos 95 pontos ganhos. Depois do clássico, o líder tem a menor pontuação desde 2007.

Vinicius Junior durante partida do Real Madrid, neste domingo (1º)
Vinicius Junior durante partida do Real Madrid, neste domingo (1º) - Oscar Del Pozo/AFP

Quem também está em Madri é o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim. O objetivo rubro-negro é trocar experiências técnicas e estratégicas com os clubes da Espanha, mas o desejo é ampliar a vantagem construída no ano passado, quando o Flamengo se tornou o primeiro campeão brasileiro com 90 pontos e 16 de vantagem para o segundo colocado, o Santos.

Como estava em Madri, Reinaldo não assistiu à rodada do Estadual, com o quarto clássico disputado em oito rodadas e o terceiro com placar de 0 a 0 —só Corinthians 2x0 Santos fugiu à regra.

Não há registro de tanta melancolia desde que o trio de ferro, São Paulo, Corinthians e Palmeiras, empataram metade de seus clássicos sem gols entre o primeiro e o segundo turnos de 1962.

Claro que o Santos livrava seus clássicos com gols em profusão, no ano em que venceu seu primeiro mundial.

Um clássico em 0 a 0 acontece, tanto que o primeiro turno na Espanha registrou esse escore em Barça x Real, o primeiro placar em branco no Superclássico desde 2002!

Reinaldo pode trazer esta experiência do Bernabéu. Como passar tanto tempo vendo gols e produzindo os jogos mais atraentes do planeta.

Curioso que a profusão de 0 a 0 ocorra num Estadual em que os grandes se reformam em busca do ataque. O Palmeiras fala em ser mais Academia, o São Paulo tem Fernando Diniz, o Corinthians foi buscar ofensividade com Tiago Nunes e até o Santos mandou no primeiro tempo criando mais oportunidades do que o Palmeiras.

Atacar não é questão de desejo, mas de trabalho.

Também de estratégia.

Daí o Flamengo escalar reservas em 6 de seus 12 jogos e marcar 26 vezes, com média superior a dois gols. Até o maior esquadrão do Brasil empatou por 0 a 0, mas na estreia da temporada contra o Macaé, com seu time sub-23. Os titulares passaram em branco contra o Liverpool e contra o Santos, mas empate sem marcar não acontece desde 28 de setembro, contra o São Paulo. ​

O estudo dos clássicos sem gols indica que o maior número de finalizações ocorre de longe. Em Palmeiras 0x0 São Paulo, 15 de 33 chutes foram dentro da área, 6 de 25 em São Paulo 0x0 Corinthians e 7 de 21 em Santos 0x0 Palmeiras.

Na conquista da Recopa, o Flamengo chutou 10 vezes, 7 de dentro da área para fazer 3 a 0 no Independiente del Valle. Compreensível que Luxemburgo, Jesualdo e Tiago Nunes estejam em início de trabalho, mas melhorar o ataque passa por treinos para tabelar e invadir a defesa.

Com cada vez menos espaço, é preciso cada vez mais estratégia para fugir da melancolia e do 0 a 0.

Palmeiras com 4 atacantes melhorou no segundo tempo
Palmeiras com 4 atacantes melhorou no segundo tempo - Folhapress
Jesualdo mudou com Soteldo na direita. Atacou
Jesualdo mudou com Soteldo na direita. Atacou - Folhapress

Gabigol(s)

Gabriel já tem nove gols no ano, sete no Campeonato Carioca do qual é goleador, e o contraste é inevitável com o Vasco, que marcou sete gols nos seus dez jogos no ano. Claro que há diferença de elenco, mas é cruel a comparação entre os dois maiores rivais do Rio.

Pé de pato

Pato marcou três gols nos últimos dois jogos. Tem demonstrado vontade, o que sempre lhe foi cobrado. O São Paulo ainda sofre no Morumbi. No ano passado, jogou 24 vezes em casa e venceu 10. Contra a Ponte, ganhou a segunda em quatro jogos.

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do que foi publicado na coluna, o São Paulo ganhou a segunda partida em quatro disputadas no Morumbi, não a segunda em três.

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