Vítor Pereira e Mano Menezes estudaram juntos, num dos módulos dos cursos para treinadores da Uefa, ministrados em Portugal. Abel Ferreira também passou pela mesma sala de Mano:
"Vou contar a vocês um segredo. No meu curso, em Fátima, meu parceiro de carteira era o atual técnico do Internacional, Mano Menezes, que por vezes nos deu aulas."
Mano diz que está mais difícil perceber e determinar, com firmeza, qual o sistema tático dos times que disputam jogos de alto nível no mundo.
Muita gente não decifra como joga o Internacional.
Com dois volantes, dirão.
Mas Johnny ocupa o lado direito da linha de quatro homens do meio-de-campo.
Com dois atacantes, alguém afirmará. Só que Wanderson, o segundo homem de frente, fecha o lado esquerdo e libera Maurício para encostar em Alemão, como segundo avante. É um 4-4-2, duas linhas de quatro. Importante entender as funções e não as posições de cada jogador
Vítor Pereira decifrou, mas não o devorou. Quando achou o antídoto, virou uma partida que começou perdendo aos 48 segundos, falha de Gil, gol do centroavante Alemão.
Daí até as saídas de Giuliano e Ramiro, no minuto 55, o Corinthians teve boa atuação.
Já tinha sido assim na vitória contra o Bragantino, com pressão e recuperações de bola perto da grande área adversária e ritmo intenso como não se viu enquanto Vítor Pereira era obrigado a disputar três competições simultâneas.
Tempo em que Vítor Pereira comemorava estar vivo em três disputas, rodava o elenco, não definia o sistema tático e contradizia a si mesmo, porque seu discurso de pressionar no campo rival contrastava com longos períodos apenas se defendendo – contra o Boca, por exemplo.
O Corinthians melhorou, quando passou a treinar mais.
Roger Guedes nunca pareceu tão feliz, instalado na sua ponta esquerda.
Contra o Internacional, o Corinthians só caiu de produção pelas entradas de Cantillo e Roni. Então, permitiu ao Internacional tomar as rédeas.
Também por mérito das alterações de posicionamento de Mano Menezes. A entrada de Alan Patrick, como meia, com livre circulação pelo ataque, deslocou Maurício para a ponta direita e Johnny para a faixa central, aí sim como segundo volante, ao lado de Gabriel.
Depois, Edenílson entrou na vaga de Johnny e Pedro Henrique na de Maurício.
Com o mesmo desenho tático, 4-4-2, o Inter ficou mais agressivo. Empurrou o Corinthians para trás, chegou ao empate numa boa jogada de Alan Patrick, com a colaboração de Gil, que deu três passos para trás, enquanto o meia ajeitava o corpo para o chute.
Nos quinze minutos finais, o Internacional teve chance de vencer, resultado que o levaria à segunda colocação. Seria bom para o campeonato, levando em conta que o time de Mano Menezes terá confronto direto com o Palmeiras, na última rodada, no Beira Rio.
O Corinthians esteve perto de chegar ao segundo lugar, mas o empate manteve o Flamengo como mais direto perseguidor do líder, Palmeiras.
Vítor Pereira vê seu time oscilar dentro dos noventa minutos, mas seus melhores momentos dão otimismo em relação à Copa do Brasil.
Por outro lado, não dá sinal de brigar pelo Brasileirão. O Palmeiras segue favorito.
O plano de Abel
O Palmeiras empatou em Bragança Paulista e teve sorte de o Flamengo também empatar com o Ceará. Era um risco, não um erro, escalar oito reservas. Abel não fazia isso desde abril. Também seria arriscado desgastar os titulares. O Palmeiras oscila, como todos. Segue forte.
Felipão
Será muito difícil o confronto da Libertadores. Felipão não escala o time com três volantes, mas com Alex Santana na função de meia, para marcar a saída do adversário e tirar espaço de criação. Aos 73 anos, confia em tudo o que aprendeu e pode chegar à sua quarta final continental.
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