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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Mano no lugar de Luxemburgo muda Corinthians a médio prazo

Sem alterar a postura do clube, trocar de técnico não adianta nada

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O primeiro Corinthians de Mano Menezes teve sete jogadores diferentes e o mesmo resultado da última visita ao Morumbi, com Luxemburgo: derrota. Mudar de técnico não muda nada, se não trocar a postura do clube.

Desde 1987, o Corinthians não completa quatro temporadas seguidas sem título, o que acontecerá se não vencer a Copa Sul-Americana.

Levando em conta as suspensões de Fágner, Moscardo e Yuri Alberto e a ideia de poupar Renato Augusto, Fábio Santos e Lucas Veríssimo, é provável que a semifinal contra o Fortaleza tenha só uma mudança: Romero no lugar de Wesley.

Os três homens estão no gramado. Mano, ao centro, dá instruções aos dois jogadores, que observam o técnico com atenção
Mano Menezes (ao centro) no treino do Corinthians na quinta (28), com Ángel Romero (esq) e Fausto Vera - Rodrigo Coca - 28.set.23/Agência Corinthians

Mano parece tentar valorizar dois jogadores dispensáveis nos últimos meses, como Cantillo e Romero. Isto pode apenas representar atraso, para descobrir o que a torcida já sabe: não dá! Também pode ser que consiga transformá-los. Só o tempo dirá.

Mudar de técnico não muda resultados na maior parte das vezes. No Brasileiro, das 21 trocas, dá para dizer que só Ramón Díaz melhorou o Vasco e Antonio Oliveira mudou a faixa de disputa do Cuiabá. No Brasileirão, Dorival Júnior assumiu em 14º lugar e está em 10º. Melhorou muito nas Copas, não mexeu a faixa da tabela.

Coudet pegou o Internacional em 11º lugar, com Mano Menezes. Está em 14º. Pode ganhar a Libertadores, com os quatro titulares que recebeu, Rochet, Hugo Mallo, Aránguiz e Enner Valencia. No Brasileiro, piorou em comparação com Mano.

Luxemburgo assumiu o Corinthians em 17º lugar e estava em 10º, na tarde em que foi demitido.

Não estava bom, muito por culpa da diretoria, não exclusivamente do técnico.

Se não se mexe na faixa de tabela, transformam-se muitas coisas na forma de jogar. Mano Menezes mudou sutilmente o sistema do 4-1-4-1 para o 4-2-3-1. Pensa diferente de Luxa sobre a forma de fazer coberturas, de executar a saída de jogo, de entender quem dá largura ao campo, se é um ponta, um meia ou um lateral.

Por tudo isso, a mudança profunda se dá a médio prazo.

Mano Menezes pode fazer muito bem ao Corinthians, especialmente por conhecer o terreno onde pisa. Conhece cada rosto, cada sorriso falso, sabe em que corredores acontecem as traições, em qual pedaço do campo não deve pisar, para não correr o risco de explodir junto com uma mina.

Como seus treinos atualmente são melhores do que os de Luxemburgo e os jogadores respeitam sua forma de trabalho, é possível a reação contra o Fortaleza e a classificação para a final da Copa Sul-Americana. Transformar o Corinthians mesmo, só a médio prazo.

Mano será o quarto técnico a assumir o Parque São Jorge neste ano, sem contar o interino Danilo, que levou o Corinthians simbolicamente ao Guinness Book, como primeira equipe do planeta a ter quatro treinadores nas quatro rodadas iniciais de um campeonato nacional.

Até nos tempos de bagunça e risco de rebaixamento, o Corinthians evitava casos como o deste ano. Não acontecia desde 2006, quando Antônio Lopes, Ademar Braga, Geninho e Émerson Leão sentaram-se no banco do Pacaembu. Antes, em 2005, com Tite, Daniel Passarella, Márcio Bittencourt e Antônio Lopes. Levou ao título, com mudanças de estilo que iam do vinho ao vinagre. O errado deu certo, porque o Corinthians tinha Tévez e Nilmar.

FATOR CALLERI

Calleri joga com dores fortes no tornozelo direito desde o início do ano, aceitou o pedido da diretoria de só operar depois de ajudar o São Paulo a se estabilizar na tabela e, de quebra, fez dois gols contra o Corinthians. Está liberado para marcar a cirurgia e o São Paulo sentirá sua falta até janeiro.

O DILEMA DE ABEL

Mesmo com o gol, Endrick não será titular contra o Boca Juniors. Mas dá o sinal de que os reservas podem merecer mais minutos do que têm recebido de Abel Ferreira. O técnico português só substitui, em jogos difíceis, depois dos 32 do segundo tempo. Luís Guilherme e Endrick mostram que merecem mais crédito.

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