A Fiocruz, agora sob o comando do Exército brasileiro, anunciou a criação de uma vacina para erradicar o petismo em todo território nacional.

Pelo Twitter, o general Eduardo Villas Bôas comunicou que suas tropas coordenarão a campanha de imunização. "Com agulhas de aço, vamos inocular missões institucionais na corrente sanguínea do bravo povo brasileiro", escreveu. Em seguida, anunciou um novo mascote para a campanha: "O famoso Zé Gotinha será substituído pelo Zé Padilha".

O Ministério da Saúde, agora vinculado ao Exército, calcula que com isso a corrupção estará extinta em 2022. Estima-se ainda que, como consequência da campanha, até 2025 aeroportos, vernissages e cargos de desembargador voltarão a ser ocupados só por brancos.

"A população tem que ter paciência. Os resultados não aparecerão da noite para o dia", salientou o general Paulo Chagas, com a sela equipada, o cavalo trabalhado e a espada em punho.

Ao tomar conhecimento dos efeitos anticorrupção do medicamento, parlamentares do PMDB apresentaram atestado médico para escapar da vacinação compulsória.

Um senador do PSDB chegou a providenciar um helicóptero com meia tonelada de antídoto. A Câmara e o Senado, no entanto, abraçaram institucionalmente a ideia. Com fé nas instituições, o procurador Deltan Dallagnol prometeu se apresentar em jejum para ser o primeiro a ser inoculado.

Em vídeo divulgado no Facebook, rede social subordinada ao Exército, o antropólogo Luiz Eduardo Soares apresentou evidências de que a vacina antipetismo invade o fígado, libera bílis na corrente sanguínea e asfixia a drenagem total da corrupção: "É preciso não apoiar o antipetismo, independentemente de se ser ou não petista, para impedir o avanço do fascismo", disse, antes de ser internado às pressas no Hospital Psiquiátrico do Exército.

"Urgia atitude enérgica. Vivemos uma atmosfera perniciosa em muito semelhante aos anos 1960. Até Geraldo Vandré voltou a cantar", esclareceu o presidente interino Sérgio Etchegoyen. "E enquanto esperamos que entreguem a vacina, o Yakult passará a conter bolsominions vivos em sua fórmula."

Epidemia

Pouco antes da votação de quarta, o ministro Gilmar Mendes foi internado em caráter de emergência. Mas logo foram descartadas suspeitas de antipetismo agudo. "Estava com síndrome de abstinência de habeas corpus", relatou o médico Simão Bacamarte.

Contador

Estamos trabalhando há 24 dias sem saber quem matou —e quem mandou matar— Marielle Franco.