Renato Terra

Roteirista e autor de “Diário da Dilma”. Dirigiu o documentário “Uma Noite em 67”.

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Renato Terra

Menos livros, mais WhatsApp

Educadores se unem para lançar manifesto contra a doutrinação literária

Inspirados pelo exemplo do Colégio Santo Agostinho, no Leblon, Rio de Janeiro, que suspendeu o livro "Meninos sem Pátria" por pressão de um grupo de pais, educadores se reuniram para lançar um manifesto. "Vamos suspender todas as aulas presenciais, bem como a leitura de livros. O aluno será instruído pelo grupo de WhatsApp que seus pais escolherem", defendeu Riobaldo Malasartes.

A medida também evita o desgaste de avaliar alunos. "Meu filho tirou nota baixa em português e ficou frustrado. Esse sistema de avaliação que pune as crianças só pode ser fruto daquele Paulo Freire esquerdopata", escreveu um pai no WhatsApp.

Ilustra de Débora Gonzales para Renato Terra
Débora Gonzales

Uma junta de profissionais da educação chancelou a medida. Num comunicado oficial, especialistas se pronunciaram em prol de um novo modelo educacional sem partido e sem manipulação.

Eis a carta aberta:

A escola precisa ensinar os alunos a lidar com o mundo contemporâneo. A gente aprendeu nessas eleições que não devemos acreditar no Foicebook, naquela revista The Communist, na Foice de S.Paulo, na Globo Comunista, no papa, nos alemães esquerdistas que deturparam o nazismo, na Madonna e no Luke Skywalker.

A medida acertada do Colégio Santo Agostinho mostra que não devemos confiar em livros. Grande parte da literatura brasileira dita canônica é esquerdizante. "Grande Sertão: Veredas" é pura ideologia de gênero com aquele Diadorim. "Vidas Secas" é uma iniciação ao petismo. "Macunaíma" criou uma geração de preguiçosos. "Dom Casmurro" estimula a traição e o rompimento da família tradicional. Só para citar alguns exemplos.

Por tabela, vamos rechaçar também todos os filmes feitos com a Lei Rouanet e todas as canções compostas fora de Goiás.

Nossas crianças precisam aprender que a credibilidade não está em livros, documentos, dados, filmes, fotografias. A verdade está no WhatsApp. É lá que somos impactados por áudios em que um eleitor desconhecido, esbaforido, denuncia o acordo com a Venezuela para manipular as urnas eletrônicas. Ou por uma montagem que mostra Chico Buarque recebendo caminhões da Lei Rouanet para trocar o cloro de sua Jacuzzi.

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Estamos trabalhando há 204 dias sem saber quem matou —e quem mandou matar— Marielle Franco.

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