Renato Terra

Roteirista e autor de “Diário da Dilma”. Dirigiu o documentário “Uma Noite em 67”.

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'O Mágico de Queiroz'

Clássico ganha edição atualizada para boi dormir

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Rio de Janeiro

Era uma vez uma jovem chamada Dorothy Flávia que vivia numa linda casa na Barra da Tijuca com seu cachorrinho Fux. No primeiro vendaval de janeiro, sua casa caiu. Assustado, o cachorrinho latia sem parar: “Coaf! Coaf!”.

As rajadas eram tão fortes que Dorothy Flávia foi levada pelos ventos até a Terra de Queiroz, também conhecida como Rio das Pedras. Caiu, desnorteada, em cima de uma barraca de açaí.Ávida por voltar para a casa, Dorothy Flávia recebeu o conselho da mãe e da mulher do príncipe-herdeiro local: “Querida, pegue a estrada de tijolos verdes e amarelos e você chegará até um caixa eletrônico. Lá você poderá sacar seu auxílio-moradia. Diga ‘a verdade prevalecerá’ 48 vezes e o Mágico de Queiroz aparecerá em seu socorro”.

Débora Gonzales/Folhapress

Sem perspectivas, ela resolveu acatar o conselho. Ao longo da estrada, avistou uma imensa plantação de soja. 

Ouviu 48 tiros em dois minutos. Do meio das leguminosas surgiu um espantalho. Portava uma espingarda.

“Estou aqui para afugentar invasores do MST”, apresentou-se. “Meu sonho é ter porte de arma e excludente de ilicitude para fazer meu trabalho com tranquilidade”, prosseguiu. Dorothy Flávia prometeu ajudá-lo e os dois seguiram juntos.

Quando a estrada passou pelo Leblon, os dois cruzaram com um homem batendo panelas de lata. “Fora PT!  Fora PT!”, berrava o homem. “Estamos seguindo a estrada verde e amarela para aniquilar Gleisi, a bruxa da esquerda!”, disse Dorothy Flávia, com doçura, enquanto convidava o homem para se juntar à jornada.

À beira do caixa eletrônico, o trio encontrou um compositor baiano cantando “Leãozinho”. Muito abatido, o compositor disse: “Estou desempregado. Acabou a mamata. Vocês conseguem me ajudar?”. De pronto, Dorothy lhe deu 48 notas de R$ 2.

Conforme foi orientada, já dentro do caixa, Dorothy  Flávia evocou o Mágico de Queiroz. Nada aconteceu. 
Tentou de novo. Em vão.

Até que uma voz grave ecoou pelos ares: “Eu sou o Mágico de Queiroz”. Após uma pausa dramática, completou, em tom grave: “Vocês são do SBT?”.

Quando, enfim, o Mágico resolveu aparec [a pedido do STF, a história acaba aqui].

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