Renato Terra

Roteirista e autor de “Diário da Dilma”. Dirigiu o documentário “Uma Noite em 67”.

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Renato Terra
Descrição de chapéu Congresso Nacional drogas

O Congresso tá doidão

Maconheiros aderem à tese bolsonarista

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Minutos depois de aprovar a PEC que prevê a criminalização do porte e posse de qualquer quantidade de drogas, o Senado entrou numa bad trip. No mesmo instante, cinco parlamentares que defenderam Elon Musk ficaram com a boca seca.

Ao perceber que as iniciativas desmontam toda a tese de defesa de Jair Bolsonaro, parlamentares afirmaram: "Foi mal, tava doidão".

Maconheiros de todo o Brasil lembraram que o ex-presidente admitiu que participou de reuniões golpistas e que redigiu uma minuta golpista. Mas, como não efetivou o golpe, Jair Bolsonaro alega que não pode ser punido.

Em entrevista ao programa Roda Viva, o senador Flávio Bolsonaro reafirmou a tese. E deu o exemplo de um cidadão que hipoteticamente planeja assassinar alguém. Tomado pela ira, o cidadão compra uma corda para enforcar a vítima. Mas depois de uma reflexão, o cidadão desiste de seguir com o assassinato. Seria errado, de acordo com sua linha de pensamento, prender o cidadão por comprar a corda.

Ilustração colorida sobre um fundo verde de um cigarro de maconha aceso com a fumaça formando uma pessoa.
Ilustração de Débora Gonzales para a coluna de Renato Terra de 18 de abril de 2024 - Débora Gonzales/Folhapress

Numa votação apertada, maconheiros resolveram aderir à tese bolsonarista. "Broder, nesse raciocínio aí, se eu levar dois quilos de haxixe na mochila eu tô dentro da lei. Como eu não acendi o baseado e não fiquei doidão, não posso ser punido", explicou Robertinho do Posto 6.

Enquanto consumia um pote de pipoca, doce de leite e Nescau, sua amiga Julinha concordou: "Dá pra me incluir nessa liberdade toda que o Elon Musk e esses doidões estão defendendo?".

No final da tarde, maconheiros acenderam um cachimbo da paz para Eduardo Bolsonaro, Marco Feliciano, Ricardo Salles, Carla Zambelli, Hélio Lopes, Pazuello, Osmar Terra, Zé Trovão, Mario Frias, Bia Kicis, Delegado Ramagem, Nikolas Ferreira, Carlos Jordy, Luiz Philippe de Orleans e Bragança, Sargento Gonçalves e todos os parlamentares que votaram para libertar Chiquinho Brazão.

Carlinhos do futevôlei mirou o pôr do sol e refletiu: "Os caras sempre criticaram dizendo que a polícia prende e o Judiciário solta. Aí quando a polícia prende e o Judiciário prende, eles vão lá e soltam. Alguns ali até tinham comemorado a prisão e partiram numa viagem lisérgica pra ligar o Brazão ao PT. Aí votam pra soltar um cara que disseram que era do PT. Tem que ver qual é o bagulho que esses malucos estão fumando, isso aí que tem que ser proibido". Depois de uma pausa, concluiu: "Mas é só pra ver. Se eu não fumar não é crime, né?".

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