A propósito da aquisição pelo Exército de 35 mil comprimidos de Viagra e 60 próteses penianas, é muito natural, e até justo, que a imprensa faça perguntas bem duras.
O Ministério da Defesa justificou a compra dizendo que os comprimidos se destinavam ao tratamento da hipertensão pulmonar. O problema é que alguns médicos têm dito que essa doença é predominantemente feminina, e além disso requer uma dosagem menor do que a adquirida pelo Exército.
A confirmar-se que é uma mentira, podemos estar perante um acontecimento clínico de envergadura histórica, em que o Viagra fez crescer o nariz. Merecia estudo científico aprofundado.
Talvez tenha havido um problema na fábrica da Pfizer e esta remessa de comprimidos encontre dificuldades em concentrar-se no apêndice certo.
De uma coisa ninguém duvida: o medicamento funciona mesmo. Ao que parece, já conseguiu intumescer o preço. O Tribunal de Contas abriu um processo para investigar um superfaturamento de 143%.
Infelizmente, no entanto, o comunicado do Exército tinha um defeito grave. Quando todos esperávamos uma mensagem circunspecta, sem nenhuma insinuação lasciva, o comunicado terminava com o lema do Exército, "braço forte, mão amiga", que neste contexto parece mesmo uma referência satisfeita à autogratificação sexual.
Devo dizer que, em princípio, não sou contra o fato de o Exército ter gasto R$ 3,5 milhões em 60 próteses penianas.
É fatal que o sangue que se derrama pela pátria venha a fazer falta, mais tarde, nos corpos cavernosos do pênis.
Além disso, não colocaria de lado a hipótese de o investimento em próteses penianas ser uma estratégia militar de defesa. Uma corrida às armas preventiva.
Numa altura em que a ameaça nuclear paira sobre o mundo, o Exército ter-se-á lembrado das célebres palavras de Albert Einstein: "Não sei que armas serão usadas na Terceira Guerra Mundial, mas a Quarta Guerra Mundial será feita com paus e pedras".
Os militares brasileiros anteciparam esta eventualidade. Paus eles já têm.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.