Ricardo Melo

Jornalista e apresentador do programa 'Contraponto' na rádio Trianon de São Paulo (AM 740), foi presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação).

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Façam suas apostas: Bolsonaro dura até quando?

Militar genocida não merece chegar ao fim do mandato

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Não se perca mais tempo comentando declarações de um psicopata que, por aqueles acasos indecentes da história, virou presidente. No Brasil, tudo acontece. Na Bielorrússia, ou Belarus, também. A diferença está apenas nas proporções de cada país e o contexto. O caráter dos mandatários é siamês.

Está mais do que provado que Jair Bolsonaro dirige uma quadrilha. Há pelo menos 30 anos. O escândalo na área da Saúde, transformado em posto avançado de falcatruas, é apenas mais um. Há de tudo no gangsterismo em voga: militar expulso do Exército, general, coronéis, reverendo choroso, estelionatários de ofício, homenagens a nazistas —tudo o que há de pior.

A tal boiada segue em ritmo acelerado. Projeto de código eleitoral que dinamita a democracia, legalização da grilagem de terras, sentença de morte a pacientes de câncer, armamento indiscriminado, deboche generalizado da Constituição.

Pandemia? O que significa isso no Planalto? Um meio de se livrar do povo pobre. Vacinas permanecem estocadas enquanto milhares de brasileiros descem às covas por falta de remédios. Verbas contra a doença são desviadas pelo Exército para suprir interesses que nada têm a ver com a finalidade original.

Países não acabam. Governos, sim. A Somália não existe até hoje?

Bolsonaro e sua turma de pilantras apostam nisso. Para isso, contam com a maior parte de uma elite apodrecida que festeja uma situação em que estufa os cofres quando a maioria da população, para sobreviver, recorre a caldo de ossos normalmente destinados a animais.

Há pouco a esperar do Congresso. Mas não é exatamente assim. A maioria dos parlamentares, é verdade, só pensa como manter as sinecuras na próxima eleição. Ciro Nogueira, freguês do Judiciário, é mestre nessa arte. "Hay gobierno, soy a favor" sempre foi seu lema. Mas para ele e seus cúmplices, até quando valerá a pena se manter colado a um milico que despenca a cada pesquisa?

Setores do Judiciário esboçam uma resistência acovardada. O presidente do STF, Luiz Fux, como sempre tergiversa e prefere palavras suaves. Ele é, e sempre será, aquele que Sergio Moro e a Lava Jato celebrizaram como “in Fux we trust” quando se tratou de eliminar Lula de eleições. Que beijou os pés da mulher de um dos maiores corruptos do Brasil, Sérgio Cabral.

Luís Roberto Barroso, hoje presidente do TSE, foi um pouco mais afirmativo contra as ameaças de Bolsonaro. Dá para confiar nele? Eu não compraria um carro usado de quem fez carreira como advogado da Rede Globo. Mas por aqui nada mais surpreende. Traidores traem tanto que podem trair a si mesmos e fazer algo de menos inútil.

Bolsonaro partiu para o tudo ou nada. Que Guedes, que nada, um mero especulador financeiro. O recruta zero sentado no Planalto quer abrir o cofre para salvar o próprio pescoço e da família aumentando Bolsa Família etc.

Teto? “Devo, não nego, pago quando puder”, disse o posto de gasolina batizada antes chamado de posto Ipiranga. É assim que será daqui para frente. Já os juros para a banca serão honrados centavo a centavo.

Um país com metade da população sobrevivendo de comida no lixo, vivendo em cortiços, dividindo comida com cachorros, dormindo abaixo de zero nas calçadas debaixo caixas de papelão e vítima da violência cotidiana vai aguentar isso por mais um ano?

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