Rogério Gentile

Jornalista, foi secretário de Redação da Folha, editor de Cotidiano e da coluna Painel e repórter especial.

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Cervejaria é condenada pela Justiça de SP por imitar a Estrella Galicia

OUTRO LADO: Empresa brasileira alega que seu produto não tem qualquer similaridade com o do concorrente espanhol

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A Justiça paulista condenou a Cervam (Cervejaria do Amazonas) por comercializar uma cerveja que, de acordo com a decisão, imita a marca e o rótulo da espanhola Estrella Galicia, cuja origem remonta ao ano de 1906 e que é distribuída no Brasil desde 1999.

A decisão foi tomada em um processo aberto em 2019 pelo fabricante espanhol que acusa a empresa brasileira, criada em 2007, de concorrência desleal por ter lançado uma cerveja chamada "Estrella Sirius" —o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho chegou a ser contratado para atuar como garoto-propaganda da marca.

Fotos do processo mostram comparação de lata da cerveja Estrella Galicia com a Estrella Sirius, que têm as mesmas cores, vermelho e preto, e Ronaldinho Gaúcho usando camiseta da marca
Fotos do processo mostram comparação de lata da cerveja Estrella Galicia com a Estrella Sirius, e Ronaldinho Gaúcho usando camiseta da marca - Reprodução

A Sirius, segundo a fábrica espanhola, imita não apenas o nome, mas também as embalagens e as cores da Galicia (vermelho e preto, com a grafia em branco) com a intenção de "confundir o consumidor" e, assim, "promover suas vendas".

"A confusão não fica limitada aos consumidores, estendendo-se também aos empresários de toda a cadeia de distribuição —bares, restaurantes e mercados", disse a empresa à Justiça, ressaltando que o produto da concorrente é de qualidade bastante inferior. "Não é puro malte."

A Cervam, que, a despeito do nome, tem sede no Rio de Janeiro, disse que seu produto não tem qualquer identidade ou similaridade com o do concorrente.

Afirmou que a palavra "Estrela" é de uso comum e, por fazer referência à boa qualidade de um produto, tem sido utilizada ao longo dos anos por muitas fabricantes, citando, por exemplo, a Ambev. "A Galicia não detém a exclusividade na utilização do termo ou do símbolo", declarou.

A empresa disse também que, na sua embalagem, o destaque é para a palavra "Sirius", e não para "Estrella". "Não há confusão entre a Sirius e a Galicia", afirmou no processo, ressaltando que seu produto conta com diversas embalagens no mercado, de diversas cores.

A Justiça não aceitou a argumentação. O juiz André Tudisco disse que a empresa brasileira empregou um meio "fraudulento com o intuito de desviar a clientela".

Além de proibi-la de imitar o produto da concorrente, o juiz determinou que a empresa terá de pagar uma indenização por danos morais de R$ 50 mil, valor a ser corrigido com juros e correção monetária.

A fabricante da Sirius terá ainda de pagar uma indenização por danos materiais em valores a serem calculados por uma perícia com base nos prejuízos causados às vendas da Galicia.

A empresa ainda pode recorrer.

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