Sandro Macedo

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

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Sandro Macedo

O atleta mais valioso do mundo

O homem do momento acaba de assinar um contrato de R$ 3,5 bilhões

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Você saberia dizer que atleta tem o contrato mais valioso do mundo, querido leitor e querida leitora? Uma dica, não é Mbappé, Cris Ronaldo ou Messi. Nem pense também em Neymar das Arábias.

O homem do momento é Shohei Ohtani, da liga de beisebol americana (MLB), que acabou de assinar com o Los Angeles Dodgers um contrato de dez anos por US$ 700 milhões —algo em torno de R$ 3,5 bilhões, o que daria para pagar as SAFs do Vasco, do Botafogo e do Cruzeiro, contratar o cantor Lil Gabi e assistir a todos os shows da turnê de Taylor Swift in loco, e ainda teria troco.

O tal contrato de Ohtani é maior que o de qualquer astro da NFL, como o queridinho Patrick Mahomes, ou da NBA. O montante supera até o do golfista espanhol Jon Rahm, que assinou com a liga árabe por US$ 600 milhões.

Ohtani assinou um contrato de dez anos - Tim Nwachukwu - 29.ago.23/Getty Images via AFP

Tem ainda o fato de Ohtani ter 29 anos, o que significa que o megacontrato vale até ele bater na porta dos 40. E, cereja do bolo, o japonês assina com os Dodgers após encerrar sua passagem de cinco anos pelo outro time de Los Angeles, os Angels. Basicamente está saindo do São Paulo para integrar o Palmeiras, ou vice-versa —vamos deixar o Corinthians fora desta comparação, eles só vendem para o Zenit.

E por que Ohtani vale tanto? Bem, não bastasse o moço ser um excelente rebatedor, ele é igualmente um ótimo arremessador (ou "pitcher"). Jogar nas duas posições é algo que muitos adolescentes fazem, mas, ao se profissionalizar, acabam optando por uma das posições. Para encontrar alguma comparação, especialistas citam ninguém menos que Babe Ruth, o Pelé do beisebol, que atuou entre as décadas de 1910 e 1930 e teve sucesso nas duas funções, lançando a bola e pegando no taco para rebater.

O talento de Ohtani já lhe rendeu dois prêmios de MVP, o jogador mais valioso da temporada, da "american league" (que reúne metade dos times da liga, os outros estão na "national league").

A carreira de Ohtani até chegar à MLB, a liga americana, é apresentada no documentário "Shohei Ohtani: Além do Sonho", disponível no streaming Star+. Ali é possível descobrir que ele poderia ter assinado com algum time americano aos 19 anos, mas preferiu ficar quatro temporadas na liga japonesa, justamente para mostrar que poderia ter bom desempenho nas duas posições —dificilmente um time da MLB daria essa chance para alguém tão jovem.

Ele mesmo explica parte do sucesso na dupla função. "[Quando rebato,] imagino o que me atrapalharia se eu fosse o arremessador. E, quando arremesso, é o contrário. Faço o que me incomoda como rebatedor."

Esse período no Japão o transformou no principal esportista nipônico (o beisebol é a modalidade número 1 no país). A idolatria já foi alvo de uma ótima reportagem desta Folha, assinada por Alex Sabino, pouco antes dos Jogos de Tóquio.

Fãs em Tóquio exibem jornais com notícias sobre o megacontrato - Jiji Press - 10.dez.23/AFP

Olhando as qualidades de Ohtani, este escriba se lembrou até da lendária cornetada que Gisele Bündchen deu no ataque do New England Patriots, do então maridão Tom Brady, após uma derrota no Super Bowl —Brady era o quarterback, o sujeito que arremessava as bolas. "Meu marido não pode arremessar e pegar a bola ao mesmo tempo", comentou. Ok, o esporte é outro, mas fazer duas funções tão diferentes com maestria, por enquanto, só Ohtani.

Comentaristas, que chamam o japonês de unicórnio (uma criatura mítica), e ex-jogadores acreditam que ele pode causar uma mudança no próprio esporte, influenciando outros jovens a desenvolver as duas funções.

NFL em Itaquera?

Ainda no universo dos esportes americanos, nesta semana, podemos receber a notícia de que o Brasil receberá um jogo da NFL na próxima temporada. Após a visita de dirigentes da liga a alguns estádios, o do Corinthians é o favorito para receber a partida. Este escriba acredita que muitos atletas do atual elenco do Corinthians poderiam se dar bem com "field goals", aquele chute que tem que passar por cima da trave.

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