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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Felipe Melo não tem condições emocionais para ser um atleta profissional

Pior, ele estimula companheiros e adversários a terem comportamentos agressivos

Nesta semana, a Libertadores foi vergonhosa, violenta e esquizofrênica, um horror, o que ofuscou vários momentos de bom futebol.

A violência começou com Santos x Independiente, uma sucessão de equívocos, desorganização e incompetência do Santos e da Conmebol.

A tensão se espalhou para as arquibancadas, e quase ocorre uma tragédia.

A selvageria continuou na quinta-feira, dentro de campo, por causa da previsível irresponsabilidade, da agressão e da expulsão de Felipe Melo, aos três minutos do primeiro tempo.

No mínimo, ele deveria ser suspenso da competição deste ano. Felipe Melo não tem condições emocionais para ser um atleta profissional.

Pior, estimula companheiros e adversários a terem comportamentos agressivos, ridículos, como o de Deyverson. Felipe Melo pode também ser uma faísca para desencadear uma tragédia nas arquibancadas.

Deyverson e Felipe Melo são dois jogadores com características técnicas, físicas e comportamentais apreciadas por Felipão, a do centroavante alto e grosso e a do volante bravo.

O Palmeiras, que, com a contratação de vários jogadores, sonhava formar uma grande equipe, para dominar o futebol brasileiro, uma nova academia, moderna, para desfrutar e transmitir conhecimentos, caminha, mesmo se conquistar títulos, para ser um time comum, que quer ganhar de qualquer jeito, até com os pontapés de Felipe Melo.

Muitos gostam desse comportamento bélico. São os Felipes Melos da vida, presentes no futebol e na sociedade.

Felipão não se pronunciou sobre o jogador, após a partida, e disse que vai resolver tudo internamente.
No mínimo, deveria afastá-lo, pela violência, pelos males que pode trazer ao espetáculo e porque é um perigo para o time.

Se o Cerro Porteño fosse um pouco melhor, o Palmeiras provavelmente teria sido eliminado.

A imprensa deveria também ser menos tolerante com a violência de alguns jogadores e com o futebol feio e mal jogado, apenas de resultado.

Houve também coisas boas na Libertadores, como o Grêmio, que, com bom futebol, sem violência, eliminou o Estudiantes, embora o time gaúcho esteja pior que no ano passado.

Como é prazeroso ver Maicon jogar, pelo domínio da bola no meio-campo, precisão nos passes e lucidez para escolher, no momento certo, entre o toque para o lado, para manter a posse de bola, e o para frente, para um companheiro livre. Como o Estudiantes marcava muito atrás, facilitava para Maicon ter o domínio da bola.

Já Paquetá ainda não tem a lucidez de Maicon. O meia do Flamengo alterna brilhantes jogadas com outras ruins, como a perda da bola no próprio campo.

Faltou ao Flamengo maior repertório ofensivo. Marlos Moreno é mais um atacante habilidoso, rápido, driblador, porém, com pouca técnica, além de confuso nas decisões. O Cruzeiro, além de não deixar o Flamengo jogar, criou as melhores chances de gol.

Falta a Barbieri e à maioria dos técnicos, principalmente os jovens, tomar decisões rápidas, durante as partidas, baseadas no que acontece no jogo, que, às vezes, são diferentes do que foi planejado, estudado e ensaiado. 

Mano Menezes, macaco velho e atualizado, comete menos erros. Sua grande qualidade é planejar o que deve acontecer a cada jogo.

A estratégia é levada tão ao limite, que o time flerta com o perigo, como o de aceitar até perder por um gol, quando é o que basta.

Isso é muito arriscado.

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