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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Técnicos como Sampaoli e Guardiola raramente são criticados

City perdeu por causa das virtudes do Lyon e dos erros do espanhol

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Acredito na ciência, no planejamento, na estratégia de jogo, na estatística, no talento individual, no acaso, na improvisação e também na determinação, na gana e na luta pelos desejos e sonhos.

Quando eu era médico, professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, e trabalhava na enfermaria do Hospital da Santa Casa como orientador dos médicos residentes e alunos, um doente, jovem, com problemas respiratórios, que não entendíamos por que não se recuperava, me disse: “Professor, os médicos são ótimos, dedicados e me dão os remédios certos. Eu não melhoro porque não desejo viver”.

O paciente precisava tratar também da alma. Com a ajuda de um psiquiatra, ele melhorou e foi para casa.

É preciso separar os times apáticos, que parecem não querer ganhar, conformistas, que não lutam para vencer as dificuldades, dos que têm uma estratégia diferente, que são desorganizados, que correm muito, mas que não sabem para onde nem por quê.

As equipes que pressionam em todas as partes do campo para recuperar a bola são mais vibrantes e intensas do que as que preferem recuar e esperar para contra-atacar.

O PSG venceu o Leipzig por 3 a 0 e está na final da Liga dos Campeões. Neymar teve ótima atuação, sem o brilho do jogo anterior. Deu um passe sensacional para um dos gols.

O time francês melhorou com a saída do centroavante Icardi, com três no meio-campo, em vez de dois, além de Di María, pela direita, deixando Neymar e Mbappé próximos e perto da área. O time que tem os dois não precisa de centroavante.

Nesta quarta (19), o Lyon, como fez na vitória surpreendente sobre o Manchester City, deve jogar atrás, para contra-atacar e aproveitar os espaços nas costas dos defensores do Bayern, que atuam adiantados.

O time alemão, como fez na goleada sobre o Barcelona, vai pressionar, tentar recuperar a bola e chegar rápido, com seis, sete ou oito jogadores, ao gol adversário.

O Manchester City perdeu por causa das virtudes do Lyon, dos erros de Guardiola, ao mudar o esquema tático, escalando três zagueiros e De Bruyne mais à frente, como um segundo atacante, e, principalmente, porque Sterling perdeu um gol feito, debaixo das traves, quando a partida estava 2 a 1.

Brasileiro

Ainda é cedo para fazer prognósticos no Brasileiro. Os times têm problemas estratégicos e de qualidade individual, na defesa, no meio-campo e no ataque.

Dudu e Everton fazem muita falta ao Palmeiras e ao Grêmio. O Inter ficou sem Guerrero, seu único ótimo atacante. Corinthians e Vasco dependem demais dos centroavantes Jô e Cano. O São Paulo não possui um grande atacante nem para o nível do futebol que se joga no país. Gabigol e Bruno Henrique não têm feito gols.

O Atlético-MG venceu as três partidas, mas ainda é cedo para conclusões. É um time com bons jogadores, vibrante, que pressiona, intenso e que chega com muitos atletas ao ataque. Todos podem ser artilheiros.

Na vitória por 2 a 0 sobre o Ceará, Sampaoli colocou Allan de lateral esquerdo, sem nenhuma razão, pois o volante não tem característica para a posição e o time possui dois bons laterais. No segundo tempo, o técnico percebeu o erro e voltou Allan para o meio-campo. Queria entender como Sampaoli enxerga o jogo da lateral, com sua enorme agitação.

Os bons técnicos, como Sampaoli e Guardiola, também erram. Raramente são criticados. As pessoas escolhem os bons e os ruins e só enxergam coisas boas nos bons e coisas ruins nos ruins.

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