Tostão

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Tostão

Vinicius Junior precisa correr contra o tempo no Real Madrid

Tomara que ele evolua como jogador e se torne o fenômeno que imaginei que seria

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Além da gravíssima tragédia na saúde e da presença de um presidente da República negacionista, o Brasil vive outros grandes problemas, políticos, sociais, econômicos e de comportamento. Os corruptos estão aliviados com o afrouxamento do combate à corrupção. Não podemos perder a esperança. O amigo José Trajano já se vacinou. Minha vez está perto.

Assim como o governo federal, os estados e as prefeituras precisam socorrer os mais pobres e os pequenos empreendedores, a rica CBF tem que ajudar os pequenos clubes e seus atletas, neste momento de paralisação de alguns campeonatos. Todos deveriam parar.

Rogério Ceni tem demonstrado, como treinador, a mesma seriedade profissional e obsessão por detalhes científicos que tinha como atleta. Ele tem reclamado de parte da torcida do Flamengo que o critica, mesmo com a conquista do Brasileiro.

Os torcedores têm saudade do tempo com Jorge Jesus e se queixam do fato de que, por pequenos detalhes, o Inter, com uma equipe bem mais modesta, teria sido campeão.

Rogério Ceni, mesmo quando era um excepcional atleta, não desperta muita simpatia, diferentemente de alguns outros treinadores, como os portugueses Abel Ferreira e Jorge Jesus. Rogério, com sua enorme autoestima, passa a impressão, às vezes, de prepotência. A autoestima, sentimento essencial para o ser humano, é, muitas vezes, inseparável do exagerado narcisismo.

Na Europa, teremos ótimas partidas pelas quartas de final da Liga dos Campeões. O Bayern é mais forte que o PSG, mas o time francês possui Neymar e Mbappé. O PSG, que perdeu a final da última temporada para o Bayern, mudou de treinador.

O anterior, o alemão Thomas Tuchel, inexplicavelmente, colocava o zagueiro Marquinhos de volante e Neymar mais recuado, no meio-campo. Tuchel faz agora grande sucesso no Chelsea, favorito contra o Porto. O fato mostra que técnicos, sem mudar as ideias, alternam fracassos e sucessos, pois dependem muito de inúmeros outros fatores.

O Manchester City, que tem jogado um futebol primoroso, é o favorito contra o Borussia Dortmund. Real Madrid e Liverpool fazem um jogo equilibrado. Os dois times, que não vinham bem, têm mostrado sinais de recuperação.

Quando atua bem, os plantonistas de Vinicius Junior, no Brasil e na Espanha, o tratam como craque, pouco valorizado por Zidane. Quando ele atua mal (jogo sim, outro não), é bastante criticado, como se fosse um jogador qualquer. Ele não é uma coisa nem outra. Vinicius não pode reclamar que não tem tido muitas chances, já que o titular, Hazard, está quase sempre contundido.

Vinicius é um ótimo exemplo das diferenças entre um atacante hábil, driblador, capaz de conduzir a bola em extrema velocidade, sem perdê-la, e um atacante técnico, minimalista, que dá passes decisivos, que finaliza bem e que tem lucidez para tomar as decisões certas. Falta a ele também o talento coletivo, a capacidade de enxergar os detalhes e o posicionamento de todos os que estão a sua volta e de calcular a velocidade da bola, dos companheiros e do adversário, características dos grandes craques.

Tomara que Vinicius evolua e se torne um fenômeno, que imaginei que seria, quando o vi jogar nas categorias de base da seleção brasileira. Apesar de ter somente 20 anos, já está há quase três no Real Madrid. Ele precisa correr contra o tempo. Não é o tempo que passa, somos nós que passamos, como diz a letra de uma bela música.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.