A maioria dos times brasileiros já definiu os treinadores e os elencos que vão iniciar a temporada de 2022. Poucos treinadores estarão nas mesmas equipes no fim do ano.
É preciso separar jogadores que chegam para aumentar o elenco dos reforços, que vão melhorar a qualidade da equipe. Existem sempre surpresas. Na vida e no futebol, tudo pode ser programado e tudo é incerto.
Dirigentes e torcedores brasileiros estão ansiosos por novidades, por treinadores estrangeiros ou não, jovens ou mais experientes. As pessoas estão cansadas da mesmice, dos lugares-comuns, de estratégias e de discursos repetitivos. Os estrangeiros e os mais jovens têm mais chance de fazer coisas diferentes.
O português Abel Ferreira agradou bastante os torcedores do Palmeiras, pelas estratégias, pelos títulos e pelo comportamento aguerrido, eloquente e vibrante, apesar de, muitas vezes, ser ofensivo aos árbitros e aos auxiliares.
O Flamengo, que desejava Jorge Jesus, está contente com outro português, Paulo Sousa, que chegou ao aeroporto vestido com a camisa do Flamengo, o manto sagrado, e que falou várias vezes da nação rubro-negra. Isso já cativou o torcedor. Será que vai conseguir exorcizar o fantasma Jorge Jesus?
O Atlético, que também queria Jorge Jesus, está contente com o novo treinador, pelo currículo, pelo apelido diferente, "El Turco" Mohamed, por ser simpático e alegre e por gostar de falar da massa do Galo. Ele parece uma mistura de argentino, pelo nascimento, e de mexicano, onde teve sucesso. Ele tem a cara e as tatuagens de Sampaoli, só que com cabelo.
O Inter, que alterna treinadores brasileiros e estrangeiros, contratou o uruguaio "Cacique" Medina. Essas mudanças prejudicam a equipe. Já o Bragantino, um clube organizado, prefere manter, há bastante tempo, o técnico jovem e competente Mauricio Barbieri. Ele e outros jovens estudiosos treinadores brasileiros deveriam ser mais valorizados.
O Fluminense é a exceção entre os grandes da Série A, pois contratou Abel Braga, um técnico brasileiro, experiente, emotivo, vibrante, com ideias próprias, e que, na média, tem bons resultados.
Corinthians e São Paulo continuam com os mesmos técnicos, brasileiros, jovens e estudiosos. Espero que os torcedores não impliquem com Sylvinho, pelas roupas, pela agitação durante as partidas e pelo fato de chamar Paulinho de Paulo. A torcida do São Paulo também deveria implicar menos com Rogério Ceni, por conta da cara sombria, prepotente.
Repito, pela milésima vez, até alguém concordar comigo, que torcedores, dirigentes e parte da imprensa não deveriam endeusar e valorizar tanto os técnicos nas vitórias e massacrá-los tanto nas derrotas, como se fossem os craques dos times e das partidas. A expectativa é, às vezes, tão grande, que muitos sonham em decifrar o enigma das estratégias utilizadas pelos treinadores.
Elza e Garrincha
Dias atrás, morreu a grande artista Elza Soares. Em 1971, fui a Milão, convidado para jogar por uma seleção mundial, em uma partida de despedida de Lev Yashin, o maior goleiro da história. Fiquei hospedado no mesmo hotel em que moravam, já havia bastante tempo, Elza Soares, Garrincha e filhos. Ela dava shows em Milão, e Garrincha era garoto-propaganda do Instituto Brasileiro do Café. Saímos uma noite para jantar. Algumas pessoas diziam que Elza cantava toda semana em bares e boates para conseguir dinheiro, pagar o hotel e voltar ao Brasil. Não sei se era verdade ou fofoca.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.