Corinthians tem time para ficar na turma de cima das competições

O Corinthians, em casa, é capaz de tudo, de vitórias e classificações heroicas. O Atlético-MG, outra equipe bastante influenciada pela torcida, talvez na mesma situação virasse o jogo em Belo Horizonte e ganhasse nos pênaltis.

O Corinthians contou também com a boa organização tática utilizada por Luxemburgo. O time jogou com três zagueiros, dois alas que marcavam e atacavam, dois no meio-campo e o talentoso Renato Augusto livre e próximo aos dois atacantes. Nesse esquema costuma haver muitos espaços na intermediária, o que só foi aproveitado pelo Galo depois da entrada de Hulk, que criou algumas chances de gol.

O Atlético colaborou com a vitória do Corinthians com a ausência de alguns titulares no início do jogo. Hulk só entrou no segundo tempo. Os dois gols do Corinthians ocorreram após graves erros individuais de Otávio e Zaracho.

O Corinthians possui três jogadores (Renato Augusto, Róger Guedes e Cassio) que estão entre os melhores que atuam no Brasil, além de outros de boa qualidade técnica. É um time para ficar na turma de cima das competições.

Além do Corinthians, São Paulo, Athletico-PR e América se classificaram nos pênaltis para as quartas de final da Copa do Brasil. Pênalti não é loteria. É também capacidade técnica na cobrança e controle emocional.

No Fla-Flu, o Fluminense mais uma vez não conseguiu envolver o adversário com a sua habitual troca de passes. São cinco jogos sem fazer um gol. O Flamengo, merecidamente, ganhou por 2 a 0. A festa das torcidas no Maracanã foi belíssima, emocionante, mesmo para quem viu pela televisão.

Tem ocorrido o mesmo em outros estádios brasileiros. Por outro lado, não podemos nos contentar e acostumar apenas com as comemorações. É preciso melhorar a qualidades dos jogos, evoluir. Os dois times poderiam ter atuado de maneira melhor.

O Flamengo venceu, e agora está tudo bem. Desapareceram as fofocas, as notícias de desavenças entre os jogadores. O Flamengo não é um "Big Brother", disse Gabigol. Problemas internos sempre existem nos times vencedores e nos perdedores. Os atletas, muitas vezes, têm razão em reclamar, e os jornalistas têm o direito e o dever de informar.

Depois das partidas Corinthians x Atlético e Flamengo x Fluminense, o tema principal foi o de que Luxemburgo e Sampaoli derrotaram, respectivamente, Coudet e Fernando Diniz. Impressiona-me como é frequente nas partidas a presença do fator imponderável, que não pode ser medido nem explicado.

Mesmo assim, quase só se valoriza a maneira de jogar. O futebol é a união de detalhes objetivos e subjetivos, de várias lógicas que se cruzam. A estratégia é a forma, o arcabouço do jogo. Dentro é um poço escuro, cheio de emoções, imprevistos e contradições.

Incertezas

Neymar completou dez anos da carreira na Europa. Se ele tivesse tido outros grandes craques ao lado, do meio-campo para a frente, nos Mundiais de 2014, 2018, 2022, se não tivesse tido tantas contusões em momentos decisivos, se não tivesse jogado na mesma época de Messi e Cristiano Ronaldo, se não tivesse o comportamento fora de campo de um jovem deslumbrado, provavelmente teria sido campeão do mundo, eleito o melhor jogador do planeta e se tornado um dos grandes da história, pois possui magistral talento. Será que ainda há chances? Mesmo assim, é o maior jogador brasileiro da última década.