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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro

As diferenças e semelhanças nos times de futebol

O Brasil vinha desvalorizando volantes e meio-campistas; isso começa a mudar

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A Espanha, que já tinha conquistado as Copas Sub-17 e Sub-20 no futebol feminino, é, pela primeira vez, campeã mundial. O beijo forçado do presidente da federação espanhola de futebol, Luis Rubiales na jogadora Jenni Hermoso foi um absurdo, uma vergonha.

O dirigente Luis Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola, segurou o rosto da jogadora da seleção espanhola, Jenni Hermoso e deu um beijo na boca, provocando um momento extremamente constrangedor  durante a cerimônia de entrega da medalha de ouro para a equipe campeã da Copa do Mundo Feminina
Luis Rubiales beija a jogadora Jenni Hermoso na boca - Reprodução/Sportv

A seleção feminina da Espanha, além de ter excelentes jogadoras, prioriza a maneira de jogar do futebol masculino, com muita troca de passes e domínio da bola. Nas últimas Copas, a seleção masculina foi eliminada e bastante criticada por não ser objetiva. Não é por aí. O motivo principal das derrotas foi a falta de grandes atacantes, pelo centro e pelos lados. A melhor estratégia é a que possui mais jogadores de talento.

A seleção da Espanha, o Barcelona, o Manchester City, o Fluminense e tantas equipes espalhadas pelo mundo, sem fazer comparações individuais, tratam bem a bola, sem pressa e sem afobação para chegar ao gol. São times parecidos, porém com muitas diferenças, particularidades. Enquanto o Manchester City usa a estratégia posicional, com pontas sempre abertos, o Fluminense prioriza a troca de posições do meio para frente.

Martinelli em lance da partida Grêmio 2 x 1 Fluminense, em Porto Alegre - Diego Vara - 13.ago.23/Reuters

Como os laterais adversários do City tentam marcar os pontas de perto, surgem muitos espaços entre os zagueiros e os laterais, muito bem aproveitado pelo time inglês por meio de triangulações e penetrações de jogadores nesses espaços. Já o Fluminense, ao aproximar vários jogadores em um mesmo lado, procura ter superioridade numérica contra a marcação do outro time.

Na Copa do Mundo de 2022, o Brasil utilizou pontas abertos, posicionais, o que facilitou a marcação. Os dois pontas, Vinicius Junior e Rafinha, ficaram muito isolados. O Real Madrid, que sempre jogou com pontas abertos, mudou nesta temporada ao atuar com um quarteto no meio campo e uma dupla de atacantes, Vinicius Junior e Rodrygo, sem pontas. Se funcionar bem, pode ser uma opção para a seleção brasileira, com Vinicius Junior e Neymar adiantados pelo centro.

Vinicius Junior e Sérgio Arribas na partida Almeria 1 x 3 Real Madrid, em Almeria - Jorge Guerrero - 19.ago.23/AFP

O Manchester City, com Rodri, assim como o Fluminense, com André, possuem um volante centralizado, que, além de proteger a defesa, é responsável pela transição inicial das jogadas para o ataque. Rodri foi eleito o melhor jogador da última Liga dos Campeões. Esse tipo de jogador de meio campo, com passes precisos e ampla visão do conjunto, é há muito tempo bastante valorizado na Europa. Rodri, Casemiro, Kimmich, do Bayern e da seleção alemã, Tchouaméni, do Real Madrid e da seleção francesa, além de outros volantes, são destaques mundiais.

No Brasil, durante décadas, valorizaram demais os meias e atacantes hábeis, rápidos, dribladores e artilheiros e esqueceram dos volantes e meio-campistas, alma e cérebro das equipes. Isso começou a mudar, lentamente. Além de Casemiro, outros volantes estão bem na Europa, como Bruno Guimarães, que já deveria ter sido titular na Copa de 2022. Jovens, como João Gomes, ex-Flamengo, Andrey, ex-Vasco, Danilo, ex-Palmeiras, estão bem na Europa e foram convocados para a seleção olímpica.

Além de um excepcional meio-campista, união do camisa 8 com o camisa 10, faltam à seleção brasileira um substituto na zaga do nível de Thiago Silva, ótimos laterais, pela direita e pela esquerda, e um craque na posição de centroavante. O jovem Vitor Roque, convocado para a seleção olímpica, é uma esperança.

Vitor Roque em lance da partida São Paulo 2 x 1 Athletico, no estádio do Morumbi - Amanda Perobelli - 21.jun.23/Reuters

Não basta formar um enorme número de bons e excelentes jogadores, como o Brasil tem feito. É necessário ter vários atletas especiais, craques. São os que fazem a diferença.

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