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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Descrição de chapéu Seleção Brasileira

O Brasil quer ver outro futebol na seleção

Gostaríamos de observar o time usando as estratégias que admiramos em Fernando Diniz

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A seleção brasileira enfrenta a Venezuela, nesta quinta-feira (12), em Cuiabá, pelas Eliminatórias da Copa de 2026. Assim como ocorreu nos dois primeiros jogos com Fernando Diniz, o time deve manter o desenho tático, pelo menos na prancheta, que foi utilizado por Tite no Mundial de 2022, com dois pontas rápidos e dribladores, Neymar próximo do centroavante, dois no meio-campo e quatro defensores.

Essa formação contra times inferiores, como a Venezuela e a maioria dos adversários das Eliminatórias, funciona bem porque os outros times marcam muito atrás e permitem a pressão. Quando o rival é do mesmo nível, a presença de muitos atacantes e poucos meio-campistas dificulta demais para o Brasil trocar passes, ter o domínio da bola e do jogo. A Croácia, com vários meio-campistas de alto nível técnico, ficou mais com a bola no meio-campo, um fator importante para o empate e a eliminação do Brasil nos pênaltis.

O meia croata Modric teve ótima atuação contra o Brasil - Ina Fassbender - 9.dez.22/AFP

Os principais times e seleções do mundo possuem um trio no meio-campo, como o Manchester City, o Real Madrid e as seleções da França, da Inglaterra e da Argentina, campeã do mundo. Os meio-campistas De Paul, Enzo Fernández e Mac Allister, além de Messi, que voltava para receber a bola, foram determinantes na conquista do título. Na seleção brasileira, Neymar costuma recuar para participar da organização das jogadas, mas ele não tem a inteligência coletiva de Messi.

A ascensão técnica de Bruno Guimarães na Inglaterra pode melhorar a qualidade do meio-campo brasileiro. Ele já deveria ter sido titular no último Mundial, ao lado de Casemiro. Bruno é uma mistura de volante com meio-campista, como André, do Fluminense, outro convocado. Casemiro também evoluiu nos avanços e passou a dar passes decisivos e a fazer gols.

Lucas Paquetá aprimorou seu futebol na Inglaterra, atuando como armador pela esquerda, posição em que algumas vezes jogou sob o comando de Tite. O Brasil não precisa ter sempre dois pontas abertos, rápidos e dribladores. Paquetá poderia ser uma opção como armador da direita para o centro, o que melhoraria a construção dos lances.

Paquetá não tem sido convocado para a seleção por causa das acusações de envolvimento com a máfia das apostas na Inglaterra ou Fernando Diniz não o vê como importante para a seleção. Ou seria pelos dois motivos? Lá ele tem jogado normalmente. É apenas investigado e nega as acusações.

Discordo das frequentes opiniões de que a seleção brasileira é individualmente a melhor do mundo e tem sido eliminada nos últimos Mundiais, sem chegar às finais, por causa de erros táticos. Faltam ao time brasileiro jogadores excepcionais, do nível dos melhores do mundo, nas laterais e na posição de centroavante, além de um craque meio-campista para atuar ao lado de Casemiro. O Brasil tem bons zagueiros, mas nenhum do mesmo nível técnico de Thiago Silva, que se aposentou na seleção.

Além disso, Neymar, por vários motivos, nunca brilhou em uma Copa do jeito que imaginávamos, como fez em muitos momentos no Santos, no Barcelona, no PSG e na seleção brasileira fora dos Mundiais.

A seleção que queremos ver com Fernando Diniz é a que usa as estratégias e conceitos que admiramos no técnico mesmo com os riscos que corre pela sua maneira de jogar. O Botafogo marcou mais atrás e com rápidos contra-ataques aproveitou muito bem os espaços deixados atrás dos zagueiros adiantados do Fluminense. A ousadia de Fernando Diniz é perigosa. Pior é a mesmice.

Fernando Diniz em um de seus primeiros jogos na seleção - Ernesto Benavides - 12.set.23/AFP

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