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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Descrição de chapéu Vôlei de praia palmeiras

John Lennon e a final do vôlei de praia nas Olimpíadas

Todos sorriram e cantaram 'Imagine' na arena e a partida continuou em paz

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Durante a final do vôlei de praia feminino nas Olimpíadas, entre Brasil e Canadá, duas jogadoras entraram em atrito e, imediatamente, o DJ colocou a maravilhosa música "Imagine", de John Lennon, que já tinha sido tocada na cerimônia de abertura.

Todos sorriram e cantaram a música na arena. A partida continuou em paz.

Ana Patrícia e Brandie Wilkerson se desentendem durante a final do vôlei de praia - Esa Alexander/Reuters

Deveria fazer-se o mesmo nos jogos de futebol no Brasil e na América do Sul. Ou pelo menos determinar que somente o capitão pode conversar com o árbitro, como ocorreu na última Eurocopa.

Imagine uma partida de futebol no Brasil com poucas faltas, jogada em ótimo gramado, com excelentes árbitros e calendário, com o VAR mais rápido e menos intervencionista, com treinadores menos agressivos, que respeitem mais os árbitros e os auxiliares, e com dirigentes que se preocupem com a qualidade do espetáculo. Seria outro futebol.

Abel Ferreira disse que seu gesto foi inconsciente e que não queria ofender ninguém. Todas as pessoas, de variados setores, costumam dar essa desculpa. A culpa é do Freud. Todos nós somos responsáveis pelas nossas ações e impulsos, conscientes e inconscientes.

Abel Ferreira na partida contra o Flamengo no Maracanã - Sergio Moraes/Reuters

Imagine se os árbitros soubessem diferenciar o óbvio em uma disputa pela bola, quando o braço com o movimento do corpo toca involuntariamente o adversário, de uma ação agressiva, de um braço na face de outro jogador. A expulsão de um jogador do Botafogo na partida contra o Bahia e a não expulsão de Pulgar do Flamengo foram erros graves de dois árbitros. A maioria também não sabe separar o que é pênalti de quando a bola apenas toca em um braço.

Imagine se o Fluminense, que enfrenta na noite desta terça (13) o Grêmio pela Libertadores, tivesse um treinador que unisse a ousadia e a busca pelo gol de Fernando Diniz com o pragmatismo e a obsessão de Mano Menezes pela segurança. Seria um técnico especial.

Imagine se o jovem e excelente treinador Seabra, do Cruzeiro, fosse um vidente para saber qual a melhor opção na escalação da equipe nos próximos jogos, já que chegaram vários jogadores. O elenco ficou mais forte, porém, com exceção do excepcional goleiro Cássio, os novos contratados são bons, mas de nível técnico parecido ao dos atletas que o Cruzeiro já tinha.

Fernando Seabra, técnico do Cruzeiro - Douglas Magno/AFP

Imagine se alguns times brasileiros, como o Inter, tivessem elencos tão bons como diziam. Independentemente do resultado desta noite entre o Atlético-MG e o San Lorenzo, da Argentina, pela Libertadores, o time do Galo melhorou com a chegada de um bom zagueiro (Alonso) e de um bom meio-campista (Alan Franco).

Imagine se o futebol tivesse um manual de como organizar melhor um time para vencer e se tudo o que fosse ensaiado acontecesse na prática, sem surpresas, sem acasos. Seria muito chato. A tendência cada vez maior é utilizar a diversidade, saber o momento de alternar o futebol mais cadenciado com aceleração para chegar ao gol.

Imagine se o Botafogo acrescentasse ao seu estilo de muita força e velocidade o jogo de mais troca de passes, de mais pausas em direção ao gol. Seria ainda melhor. A contratação do brilhante jovem Almada poderá ser um avanço individual e coletivo.

Como disse a comentarista Renata Mendonça, do SporTV, a seleção brasileira feminina de futebol foi muito bem nas Olimpíadas, mas faltou contra os EUA mais aproximação das jogadoras para fazer triangulações e envolver a equipe norte-americana.

Imagine se todos nós aprendêssemos a conhecer e a respeitar os círculos e os segredos do tempo, do corpo, da alma e da vida, o instante de realizar e de imaginar.

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