Txai Suruí

Coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé e do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia

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Txai Suruí

Elon Musk salvador da Amazônia?

E vem se encontrar com o presidente mais antiambientalista da nossa história?

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Elon Musk, o homem mais rico do mundo, visitou o Brasil para falar sobre a Amazônia. Nossa floresta tropical é tema mundial, principalmente pela sua importância quando se fala na questão climática. É de conhecimento geral que ela e os povos da floresta sofrem cada vez mais com o avanço dos grandes empreendimentos e o descaso com o meio ambiente.

O bilionário Musk anunciou o lançamento do Starlink para conectar 19 mil escolas e monitorar a Amazônia. No entanto, se encontra com o presidente mais antiambientalista da história do país, que defende o garimpo ilegal, agressor dos direitos humanos, como vemos na Terra Indígena Yanomami.

A "ajuda" de Musk na verdade é uma nova corrida dos bilionários para as "constelações de satélites". Lembremos que ele acumula fortuna de US$ 282 bilhões, que poderia acabar com a fome no mundo e apoiar os povos da floresta na proteção de seus territórios.

Enquanto se mostra preocupado com a Amazônia, Musk é conhecido por sua vontade de explorar o espaço. As viagens espaciais promovidas pela SpaceX geram enorme impacto ambiental, despejam milhões de gases de combustíveis fósseis na atmosfera e vêm impactando reservas de proteção ambiental, entre elas o Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Vale do Rio Grande, no Texas.

É fato também que o Brasil não precisa de mais monitoramento. Especialistas afirmam que os sistemas disponíveis cumprem muito bem esse papel e que o que falta são as ações de fiscalização por parte de órgãos responsáveis. Sabemos o que vem acontecendo com nossas florestas; o que não vem acontecendo é a retirada dos invasores e o fortalecimento dos nossos órgãos de fiscalização, que foram enfraquecidos e desestruturados durante este governo.

A realidade da Amazônia e dos povos indígenas é denunciada todos os dias. A existência de mais de 20 mil garimpeiros ilegais no território yanomami está nos jornais. Por que eles ainda não foram retirados?

Enquanto se dizem preocupados com a crise climática e com a degradação ambiental, países e empresas continuam a financiar a exploração dos nossos territórios e a lucrar com isso. É o que fazem grandes empresas de mineração e de energia. Além disso, continuam impactando o meio ambiente de seus países e olhando pouco para as suas comunidades originárias.

O mundo precisa entender que para salvar o planeta é necessário um esforço global em todos os lugares. Precisa entender que não basta se preocupar com a Amazônia e ao mesmo tempo continuar investindo em negócios que lucram com o genocídio dos povos originários e com a degradação do meio ambiente.

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