Vaivém das Commodities
Por Mauro Zafalon
Mauro Zafalon é jornalista e, em duas passagens pela Folha, soma 40 anos de jornal. Escreve sobre commodities e pecuária. Escreve de terça a sábado.
Safra recorde recupera receitas no próximo ano
Mauro Zafalon/Follhapress | ||
Plantação de soja em Sertaneja, no norte do Paraná |
A safra recorde de grãos e a continuidade na produção de proteínas deverão gerar pelo menos R$ 562 bilhões de renda para os produtores no próximo ano.
As estimativas são da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. A confirmação desses valores representará uma evolução de 8% no VBP (Valor Bruto de Produção) do país em relação aos números deste ano, que devem ser de R$ 519 bilhões.
O principal crescimento ocorrerá na produção de grãos, principalmente devido ao aumento no volume de alguns produtos e à aceleração de preços de outros.
As receitas com grãos irão a R$ 376 bilhões no próximo ano, 11% mais do que neste. A soja mantém a liderança.
Embora os preços devam cair no mercado externo –devido ao excesso de produção mundial–, a safra recorde de soja de 104 milhões de toneladas no Brasil poderá gerar receitas de R$ 132 bilhões no próximo ano, 35% do valor da produção dos 21 segmentos avaliados pelo Ministério da Agricultura.
O café, que tem oferta reduzida e preços elevados, terá receita de R$ 25 bilhões, ante R$ 24 bilhões neste ano. Arroz, feijão e laranja, devido aos estoques apertados, também mantêm preços e aumento de receitas.
O valor de produção na pecuária também cresce no próximo ano, mas em percentual bem menor do que o das lavouras. Ao somar R$ 187 bilhões, evolui 3% ante 2016.
As receitas caem nos setores de carnes bovina e suína, mas sobem nos de frango e de leite.
2016
Este foi um ano ruim para as lavouras, principalmente no Nordeste. A seca provocou queda na safra, mas os produtores que colheram obtiveram preços melhores, principalmente para café e feijão.
Na pecuária, todas as regiões do país tiveram queda nas receitas. Alguns Estados, no entanto, conseguiram repetir, neste ano, o valor do ano passado. Isso correu principalmente onde está concentrada a produção de frangos, como nos Estados do Sul.
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Carne nobre O Brasil já exportou 33% da cota Hilton que tem direito a vender para a União Europeia. Isso ocorreu em apenas três meses da safra 2016/17. O país tem direito a 10 mil toneladas.
Completa No ano passado, o Brasil praticamente completou a cota, vendendo 93%. A Argentina, país que tem a maior cota para o bloco europeu –29,5 mil toneladas–, preencheu 76% desse volume na safra anterior. Na atual, está com 27% do volume vendido.
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