Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Cenário é bom para pecuária, mas pode haver risco, diz analista de banco

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Crédito: Pierre Duarte - 6.jan.16/Folhapress Colina, SP. 06/01/2016 - Boi 777. Nova forma de criação de gado permite engorda mais rápida. Gado da raça nelore criado no Polo de Pesquisa Alta Mogiana, em Colina, SP, onde a nova técnica esta sendo desenvolvida. Estudo desenvolvido no interior de São Paulo acelera o abate de bois em até um ano. O chamado boi 777 é resultado de um conjunto de medidas tomadas no pasto para deixar o gado pronto para ser abatido em até dois anos, um ano antes do método tradicional. Foto: Pierre Duarte/Folhapress **EXCLUSIVO/FSP**ESPECIAL**
Gado da raça nelore em Colina, SP

O cenário para a pecuária é bom neste ano, mas não deixa de apresentar alguns riscos. A avaliação é de Guilherme Melo, analista-sênior de agronegócio do Itaú BBA.

Melo acredita que os sinais de recuperação da economia podem estimular o consumo interno de carne bovina, que está em queda há três anos.

A redução na taxa de desemprego e a inflação baixa vão devolver renda ao consumidor.

Do lado externo, o analista do Itaú BBA prevê que a oferta de carne dos principais competidores do Brasil não cresça, o que garante espaço para o produto brasileiro.

A esperada reabertura de alguns mercados —como o da Rússia e o dos Estados Unidos— e a possível abertura da Coreia do Sul podem elevar o volume exportado e abrir espaço para a venda de carnes com maior valor agregado.

Melo destaca, ainda, o aumento de unidades liberadas para exportar para a China e uma possível ampliação de cotas para a União Europeia.

As exportações são crescentes e poderão superar as de 2017. As taxas elevadas de crescimento do ano passado, porém, não deverão se repetir. Em 2017, o volume de carne bovina exportado pelo Brasil somou 1,53 milhão de toneladas, com alta de 9,5% em relação a 2016.

As receitas subiram para US$ 6,3 bilhões, com evolução de 14%, segundo dados da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne).

O produtor deverá ter no radar, no entanto, que, apesar do cenário melhor, 2018 será também um ano de risco para os preços.

Haverá uma oferta maior de bois, devido à redução de abates de fêmeas em 2015 e 2016. Em 2018, ao contrário do que ocorreu naqueles anos, o abate de fêmeas poderá aumentar porque há uma margem menor na cria de gado.

Já os preços mais moderados dos animais de reposição e os custos menores das rações —milho e farelo de soja estão mais baratos— permitirão um aumento de gado retido em confinamentos.

Melo acredita, ainda, que os animais não confinados no ano passado deverão estar à disposição do mercado neste primeiro semestre.

O produtor deverá ficar atento ao comportamento do dólar, devido às eleições. Uma apreciação da moeda dos Estados Unidos deixará o produto brasileiro ainda mais competitivo no mercado externo.

O importador, porém, vai tentar reduzir essa margem de ganho do exportador brasileiro, oferecendo preço menor. As margens de manobra do importador, contudo, não são grande devido à oferta menor de carne de outras regiões.

Já uma apreciação do real vai gerar menos receitas para os pecuaristas. Nesse caso, a tendência é de uma oferta maior de gado para suprir pagamento de despesas.

Diante desses fatores de risco, o pecuarista deverá ficar atento às oportunidades de mercado para a fixação de preços, a fim de se proteger de eventuais quedas no valor da arroba, alerta Melo.

Crédito - O Banco do Brasil anunciou R$ 12,5 bilhões de pré-custeio agrícola nesta terça-feira (30), em Rio Verde (GO). O objetivo é permitir aos produtores antecipar compras de insumos para a safra 2018/19.

Taxas - As operações deverão financiar diversas lavouras, como soja, milho e café, a taxas de 7,5% a 8,5% ao ano.

Perdendo gordura - Os produtos agropecuários registraram o quarto mês seguido de alta no atacado, segundo acompanhamento de preços do IGP-M, da FGV.

Queda menor - Com isso, a taxa acumulada de 12 meses, que registrava deflação de 18% em setembro, recuou para 11% nos últimos 12 meses até janeiro.

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